Tuesday, August 31, 2010
Sensory seeking - nossa experiência
O Pedro é uma criança em constante movimento, coloca as mãos em tudo, pula, corre, mexe a cabeça, vai de encontro aos móveis e paredes, agarra, aperta, amassa as pessoas, coloca areia na boca, lambe postes, cheira canetinhas, dá gritinhos só para ouvir a própria voz, tudo isso desde bem cedo no dia, por volta das 6 da manhã.
Quando no trampolim ele começa a pular sozinho, depois quer a presença de um adulto (mais pesado que ele) assim o reflexo do pulo da outra pessoa dá mais input ao seu salto, depois ele se joga de costas no trampolim com um salto, depois ele pede para ser "basketball" que é uma brincadeira inventada com o pai em que o outro pula e dá impulsos no Pedro deitado no trampolim como se ele fosse uma bola de basket. É assim que ele escala em busca de mais estímulo sensorial.
Adora passar as coisas no rosto, coloca areia, folhas, terra na cabeça, está em constante busca por estímulos sensoriais e nada parece saciar a sua “fome”.
As palmas das mãos, plantas dos pés, rosto e região genital são as áreas do corpo que tem mais sensores em que os estímulos sensoriais são percebidos com mais intensidade.
Quando ainda morávamos nos EUA, durante o mês de verão o Pedro ia para o jardim, descalço às 6 da manhã e lá ele corria, pulava, brincava no balanço, colocava a mão na terra como táticas para suprir sua necessidade sensorial enquanto eu ainda abria os olhos e o irmão dormia.
Nos meses de inverno e dias de chuva na primavera o Pedro ficava no nosso “indoor park” que era um quarto da casa cheio de brinquedos que estimulam o sistema vestibular e proprioceptivo.
Até hoje o Pedro precisa de auxílio para canalizar a energia, temos que levá-lo a caminhadas, supermercado em que ele empurra o carrinho, ajuda a carregar as compras, andar de bicicleta e eu arduamente estou tentando estimular a Yoga. Nos finais de semana temos que fazer um revezamento, meu marido e eu, e enquanto um sai com o Pedro para direcionar seu excesso de "energia" o outro descansa com o irmão.
O que eu percebi é que o mover-se por mover-se sem engajar o cognitivo faz muito pouco (até mesmo nada ou prejudica) a organização do processamento sensorial do Pedro, por isso eu tento canalizar a busca sensorial do Pedro com algo que tenha um objetivo, os esportes são ótimas ferramentas que podem ser exploradas nesse sentido.
Além disso eu faço uso de essências pela casa, velas com cheiro doce como baunilha ou morango além de dar o estímulo no olfato acalmam pela essência. a terapia da escovação, massagem com vibrador elétrico, massagem nos pés com hidratante de hortelã, música suave como música Celta ou Bethoveen, limito ao máximo o tempo de televisão, meus filhos ainda não tem acesso mínimo ao computador, engajo nas rotinas da casa com as atividades do RDI incorporando carregar e puxar para trabalhar os músculos, alimento todos os sistemas sensoriais para diminuir essa fome constante, e assim vamos tocando a vida.
Para as crianças que são sensory seeking apenas dizer “fique quieto” tem pouquíssimas chances de surtir efeito por mais de 3 segundos, mas se elaborada uma dieta sensorial a criança vai estar “nutrida” sensorialmente e assim terá mais disposição para focar a atenção.
Se o ambiente é na escola, a criança pode mover as cadeiras, empurrar contra a parede, carregar livros, levar bilhetes para outras salas antes das tarefas que requeiram concentração e que tenha que ficar sentado.
Se a criança for sensory seeking na boca, que é a região que tem o maior poder de organização sensorial no nosso corpo, você pode oferecer alimentos que estimulem essa organização como mastigar cenoura crua, tomar iogurte ou outra bebida espessa pelo canudinho, mascar chiclete, se a mãe e a escola permitirem.
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