Tuesday, February 26, 2013

Cronograma - AT EASE Parenting and Learning Model

É com imenso prazer que anuncio a participação de Patrick Torrey em nosso seminário. Ele somará seus 15 anos de experiência em dinâmicas de palestras, aos 25 anos de experiência do Eric Hamblen no trato com pessoas dentro do espectro autista. A presença de Pat Torrey acrescenta mais dinamismo ao curso e será uma oportunidade inesquecível de aprendizado!

 As inscrições encerram-se no dia 8 de março, se alguém que conheçam ainda não fez a inscrição, mas tem a intenção de fazer o curso, por favor, repassem essa informação.


Friday, February 22, 2013

Técnica para mudar comportamento baseada em motivação socio-emocional


Este vídeo é a aplicação da Ténica usada para mudar o impulso na frustração do Luís para um cmportamento (resposta) mais apropriada.
Muitos objetivos foram traçados e alcançados com esta estratégia simples, no vídeo eu sigo um livrinho, feito por mim, à mão, para que ele também tivesse um suporte visual.

Ao contrários das técnicas usadas para modificar o comportamento por dificuldade de comunicação, esta técnica baseada na motivação socio-emocional não deve ser aplicada no momento da crise da criança, porque em crise emocional a criança não será capaz de aprender e modificar sua emoção, esta técnica é para ser "estudada" com a criança várias vezes ao dia, quando ela estiver calma.

A sequencia de estudo é:
Conversar com a criança sobre o que acontece que faz com que ela tenha uma reação emocional exagerada. " mamãe vai sair e você vai ficar em casa".
Entção descrever o comportamento que a criança geralmente tem nessa situação: "o Luís grita e pula".
Modele o comportamento da criança.
Dê sua resposta em relação a este comportamento da criança: "Isso não é legal".
Análise racional ( o porquê ) de não reagir dessa maneira:
" Por que eu não grito e pulo? 
Porque eu perco algo divertido e isso faz com que a mamãe, o papai e o Pedro fiquem tristes"
Resuma: cheque por entendimento: " o que faz com que a mamãe, o papai e o Pedro fiquem treistes?" ou " como a mamãe, o papai e o Pedro se sentem quando o Luís grita e pula?".
Dê outras opções para o comportamento: O que fazer
"Você pode contar até 10 ou brincar com o Woody"
Pratique as opções dadas.

 Acesse também:
 Comportamento socio-emocional e autismo
 ABA na brincadeira 
AT EASE Model

Thursday, February 21, 2013

Minha filha ....

Existe algum programa para a criança responder mais rapidamente a perguntas? A minha filha somente reponde rápido quando o assunto a interessa, senão muitas vezes só responde as perguntas de outras pessoas quando EU chamo a sua atenção ou então não responde. As pessoas e outras crianças acabam desistindo de falar com ela. Já tentei explicar que assim como ela quer respostas rápidas das pessoas as mesmas esperam o mesmo dela e que mesmo ela achando idiota certas perguntas que fazem (repetitivas) ela tem de responder. O que tenho feito às vezes: Faço uma pergunta sobre qualquer coisa que está acontecendo na hora e preciso da resposta. Ela me ignora e faz uma pergunta do seu interesse. Eu ignoro também e mostro a ela como é chato alguém perguntar e não ter resposta...e ainda completo que só respondo a pergunta dela se antes ela responder a minha....daí ela responde. Ela faz muuuuuitas, mas muitíssimas perguntas....algumas nem sei responder....
Procuro trabalhar em cima de "comentários", evito perguntações.....mas às vezes são inevitáveis, ainda mais quando partem de outras pessoas. 


Puxe mais para o lado da emoção.
Primeiro é importante entender que o assunto que ela gosta ou tem interesse a resposta está na ponta da língua mesmo e essas virão sempre mais rápido.
Quanto às  perguntas óbvias dos outros, é legal mostrar (sem explicar) que às vezes fazemos "perguntas" que na verdade só são para nos sentirmos ligados à outra pessoa. Mas isso não dá para explicar, vira um enrrosco que parece resolver hoje e amanhã aparece outro pepino na mesma base da lacuna no desenvolvimento dela.
Conversem entre vocês, o exemplo é sempre o melhor caminho, ainda mais para sua filha que tem bom entendimento.

"Oi querido, que bom que você chegou em casa!
Olá querida, gosto quando você fala comigo!Fez calor hoje, né?!
Sim, também senti muito calor, obrigada por perguntar isso para mim.
Ah querida, gosto tanto quando você responde ao meu comentário."

Eu acho que é por aí .... assim simples, e quando a sua filha responder às perguntas (mesmo que sejam as do interesse dela) elogie dizendo que você gostou que ela respondeu a pergunta, com uma emoção bem positiva, sorriso, um amasso nela. Assim vai criar a cultura de querer responder às perguntas.

Quando você fizer uma pergunta ou comentário (mesmo bobo) que ela te ignore, congele o momento até a resposta vir, sem bringa, sem ficar brava, sem emoção nesse congelamento, você segura as mãos dela no seu rosto, assim ela vai virar a atenção para você, mesmo que ela desvie o olhar para escapar do momento, siga ali, se você sentir que ela nem prestou atenção na pergunta ou comentário, repita 1 só vez nesse congelamento, e espere, espere, espere, seja mais persistente que ela, que alguma coisa vai vir (eu já cheguei a congelar um momento com o Luís por 30 minutos, rsrs), então só faça essas perguntas quando você tiver o tempo de ficar ali, congelada com ela. Planeje perguntas bobas (mas não extremamente bobas, as bobas comuns que ela ignora) para trabalhar esse congelamento com ela. É possível que ela chore, mude de assunto, vire um metralahdora de outras perguntas, fique ali, emoção neutra com uma expressão de suporte a ela (um leve sorriso só para ela ter certeza que você não está brava), espere o turbilhão de emoções passar, repita sua perguntinha inicial e espere NãO EXPLIQUE QUE ELA Só SAIRÁ DESSE CONGELAMENTO QUANDO RESPONDER, ela irá descobrir pela experiência e essa é a diferença entre aprender pela emoção e obedecer a uma lógica. VÁ PELA EMOÇAO!

Vou parar com a explicação então....mas noto que ela fica atenta ao que eu explico e às vezes quando consegue determinadas coisas fica orgulhosa de si mesma.

Ontem uma senhora perguntou a ela se tinha medo de ventania e ela olhou e não respondeu. Daí ela me olhou e perguntou-me algo do seu interesse e eu apenas apontei para a senhora....tipo....ela te fez uma pergunta. Bom....demorou um tempão mas ela acabou repondendo, mas antes disso deu muita risada da minha cara, achou super engraçada a minha atitude....mas depois se flagrou que eu não reponderia as suas perguntas antes dela responder a senhora.


Ela se beneficia muito do sentimento de competência, esse sentimento é valiosos por demais, principalmente para ela que é tão corrigida na escola, ela precisa sentir que é boa pessoa.
Mesmo que as explicações faladas (lógicas) ajudem num primeiro momento, ligar o "semancol" é mais importante, e isso só acontece através da experiência emocional.
O riso é para mascarar para ela mesma o sentimento de incômodo, sentir esse incômodo é básico para as habilidades sociais! Amei!!!

Pois é...em várias situações ela ri da cara das pessoas....e se elas ficam bravas daí ela se esborracha de tanto rir e continua a provocação. Quando acontece comigo, o que é raro porque ela me conhece e sabe bem direitinho até onde pode ir, eu não dou muita importância e sigo o que estou fazendo e continuo conversando com ela normalmente. Eu não sabia que o riso nessas horas era tão importante. Fique feliz porque justamente nas situações embaraçosas ela ri e muitas vezes fica notório o nervosismo. Muitas, mas em muitas situações também, ela "envareta".

É importante que esse riso dê espaço ao real sentimento de incômodo, só assim ela terá uma atitude mais sociável e irá amadurecer social e emocionalmente.
 
 

Tuesday, February 19, 2013

Meu filho .... e o Connector RX

O connectorRX chegou em casa, mas ao tentar colocá-lo no meu filho (ele tem 4 anos e 10 meses) pela primeira vez, o resultado não foi muito bom... Ele ficou bastante nervoso e quis removê-lo a todo custo, não importando as explicações e argumentos que eu e minha esposa tentamos utilizar... Então eu coloquei o connector na minha filha de 2 anos e ela adorou... Até chorou quando eu retirei o cinto dela... Mas a minha filha não é autista... Meu filho é. Teria alguma idéia ou sugestão para que meu filho possa se acostumar com o connectorRX?

A conexão física e emocional feita entre você e seus filhos quando você usa o Connector assustou o seu filho. Ele se sente menos no controle e, portanto, sente medo. Sua filha, tem um sistema emocional mais sofisticado do que  seu filho, goza da conexão física e emocional que o Connector fornece. Ela se sente mais conectada e, portanto, mais segura. O Connector é projetado para criar / recriar os sentimentos de segurança em seu filho quando ao seu lado. Você não será capaz de explicar ao seu filho por que ele deveria usá-lo, neste momento, isto é, a linguagem não faz ele se sentir mais seguro, no entanto, experiências positivas com o Connector podem. Ele precisa de você para ajudá-lo a entender que o uso do Connector com você lhe dá poder. Na sua situação eu faria algumas coisas para ajudar o seu filho se sentir mais confortável e ampliar sua zona de conforto para crescer emocionalmente com o uso do Connector. Eu nunca faço uma criança usar o Connector, eu só organizo a vida de uma maneira que a criança escolhe usá-lo. Experiências positivas na maior parte, mas se uma criança está sendo beligerante, então vou exigir que eles se sentem e fiquem em um local até que eles escolhem se divertir comigo no Connector. Eu não fico bravo e eu tenho certeza que mantenho um sorriso gentil no meu rosto e o tom da minha voz não passa frustração. Costumo dizer coisas como: "Você não tem que usar o Connector. A escolha é sua. Ao colocar o Connector nós podemos brincar no iPad, computador, nadar como sua irmã", etc Além disso, tente as sugestões abaixo:# 1 Use o Connector em casa com você e sua filha, sua esposa e sua filha, e mesmo você e sua esposa conectados juntos. Tenha certeza que seu filho observa de que todos vocês estão gostando. Além de lhe dizer que é divertido, se divertir na frente dele.
# 2 Envolva-se em uma atividade muito divertida (uma das favoritas do seu filho). Diga que só quem está usando o Connector com você pode participar nesta actividade. Tente não convencê-lo. Deixe-o escolher usar o Connector. Certifique-se de divertir-se extra com sua irmã conectada a você fazendo a atividade favorita do seu filho. Não deixe que seu filho se distraia fazendo sua segunda atividade favorita. Com bondade e persistência seu filho vai optar por usar o Connector. Pode levar tempo, mas se você é persistente, ele vai usá-lo. Certifique-se de que o adulto é a única pessoa que pode decidir quando se retira o Connector. Quando escolher usar o Connector pela primeira vez faça esta uma experiência curta. Depois de 30 segundos-1 minuto tire-o e interrompa a atividade divertida. Desta forma, se ele quiser mais da atividade de diversão ele pode optar por usar o Connector. Aos 4 anos e meio o Connector deve ser um dispositivo muito divertido para ele ... ele deve ter um desejo semelhante de usá-lo como sua irmã. O fato de que ele não gosta, diz-me que é exatamente o que ele precisa.
Divirta-se, seja paciente e persistente! Conte-me como foi!
Eric


      Depois de um pouco de insistência e alguma conversa o meu filho não apenas se acostumou a utilizar o Connector... Ela agora AMA usá-lo. Ontem e ante-ontem ele não queria tirar o cinto nem na escola. Só permite tirar para tomar banho e dormir. Diariamente eu e minha esposa utilizamos para caminhar na rua, ir ao shopping, etc... Notamos que o Marco está mais obediente, menos impulsivo e sempre que usa o Connector ele não oferece mais resistência para segurar na nossa mão. Creio que o Marco se adaptou muito bem ao equipamento. Vai ser uma ferramenta muito útil para o desenvolvimento do meu filho.

Descrição feita pelo pai em uma comunidade sobre autismo no FaceBook:
"Esse equipamento cria um elo físico com seu filho e isso também reflete muito positivamente no comportamento da criança. O Marco sempre gostou muito de passear na rua... Muito MESMO. Mas de uns tempos pra cá ele estava até se machucando, pois toda a hora ele dava "sprints", saindo correndo e em consequência disso caia e se ralava todo, batia a boca no chão, etc... Fora a questão de segurança para atravessar as ruas. Pois bem... Fiquei sabendo do Connector através da minha esposa. Analisei que seria útil e valia a pena tentar. Comprei. Chegou rápido. A princípio o Marco nem queria colocar o cinto por nada... Escrevi pro pessoal do Connector (Maria Dorión e Eric) - Me explicaram para insistir e tentar encaixar o uso do Connector a algo que o Marco gostasse bastante de fazer. Minha estratégia foi linkar o uso do Connector ao uso do videogame, que o Marco efetivamente não joga, mas adora assistir eu jogando... E assim fiz. Falava pro Marco: "Vamos jogar videogame?!? Mas tem que usar o Connector, tem que usar o cintinho!" - Quando ele não queria colocar eu desligava imediatamente o videogame e dizia pra ele: "Marco, sem o cintinho, sem videogame." - Depois de umas três tentativas assim ele aceitou colocar o Connector pela primeira vez. Daí logo depois comecei a passear com ele na rua. Na primeira volta do "circuito" que o Marco gosta de fazer, ele ficava incomodado com o cinto, mas eu o distraía e íamos em frente... Ele tb dava seus "sprints", mas eu ia falando... "Devagar... Não estamos com pressa..." - A partir da segunda volta ele já começou a pegar mais forte na minha mão e os "sprints" foram diminuindo. A partir daí, foi tudo muito natural. Não que ele não corra atualmente, mas ele está ficando cada vez mais acostumado a acompanhar o nosso ritmo. (meu e da minha esposa quando usamos o equipamento) e isso é muito bom. Hoje ele até fica na escola com o cinto (só o cinto dele, sem a conexão com o cinto do adulto) e adora usá-lo! Só tira pra tomar banho e dormir! Espero que esse depoimento seja útil para alguém aqui da comunidade. O Connector oferece muita tranquilidade e segurança. (E não, não estou ganhando nada pra falar bem desse equipamento) - Só um pai que já perdeu o filho (por alguns minutos, mas terríveis) 2 vezes no Shopping aqui da cidade - Sabe do que estou falando."
Abraços!
 
Marcelo Santa Roza
 
 
http://connectorrx.com/

Saturday, February 16, 2013

Uma menina ....

Ela tem 4 anos, e quer ficar só sem roupa em casa! E não tem jeito! Só de calcinha! Mesmo explicando enfim,  nada feito! Já tentamos várias coisas e nada! Porém para sair usa a roupa, mas em alguns momentos fica pedindo para tirar!

Eu acho q o caminho é fazê-la vestir-se de novo tantas quantas vezes ela tirar a roupa. O quanto mais ela tiver que participar motoramente no vestir-se, melhor. Se ela tira a blusa e joga longe, os adultos devem guiá-la desde ir buscar a blusa, voltar para o lado certo se tiver do avesso, e fazer todo o movimento para recolocá-la. Sempre, e essa parte é muito importante, sempre com uma expressão neutra mais para um positivo como quem diz: "estamos fazendo o que tem que ser feito". Não coloquem fala nessa interação, quanto menos troca tiver, melhor. Nem bronca, porque ficar bravo com eles muitas vezes reforça o comportamento pela reação previsível, mesmo que esta reação seja negativa.
Quando ela pedir para tirar a roupa na rua, digam um não firme porém com um sorriso, se quiserem, expliquem uma só vez que na rua andamos vestidos, e quando ela insistir no assunto, só respondam o "não" sorrindo.

Gostaria da opinião dela sobre o que fazer caso ela chore porque não quer colocar a roupa, pois quando tento faze-la vestir-se ela se joga no chão, chora... enfim, dá "piti" mesmo... Será melhor ignorar ou forçar ela a vestir-se?

Não é uma questão de ignorar o "piti" mas de tolerar que ela se descontrole emocionalmente e vocês mantendo o próprio controle emocional mostrará a ela que a razão pela qual ela perdeu o controle não é assustadora e vendo que vocês seguem calmos e com o objetivo ainda na cituação ela poderá tolerar o próprio sentimento de desconforto e assim entender que, mais do que vestir-se, ela deve seguir a liderança dos adultos de sua confiança, que começam por pai e mãe.
Em termos práticos, quando ela se jodar no chão, chorar, dêem suporte a emoção que ela está sentindo confortando-a mantendo a sua própria calma e seguindo com o seu objetivo que ela se vista novamente, mantenha uma expressão facial suave, com um sorriso de compaixão, use poucas palavras: "temos q vestir a camiseta" num tom de voz suave, sem nenhuma conotação de bronca ou decepção. Sejam mais persistentes que ela no goal (vestir-se) e na emoção (manter-se calmos). É provável que esta mudança na reação dos adultos faça com que ela escale ainda mais na emoção descontrolada porque aqui entrará um outro fator que provavelmente a assustará: a imprevisibilidade. PORÉM, essa pode ser uma das maiores lições que ela precisa aprender para ter qualidade de vida, aprender a tolerar a imprevisibilidade da vida.

Introduzam também outras atividades mais lúdicas que estimulem a antecipação, mudanças, compartilhar emoções. No link uma explicação mais detalhada sobre o desenvolvimento emocional:
AT EASE - jogos antecipatórios



Porque tolerar o desconforto das nossas crianças: Aprender com as emoções

Bjs, Marie

Palestra Brincando com Autistas - 16 de Fevereiro em Atibaia/SP

Mais informações acesse o link: http://conscienciasolidaria.org.br/amais/palestra-brincando-com-autistas-dia-16-fev-2013/

Friday, February 15, 2013

Meu filho ...

Meu filho tem dificuldades no comportamento. Por exemplo ir ao supermecado, shopping é quase impossível ele só corre e a gente atrás, fazer um lanche nem pensar ele não senta nem um minuto, quando ele vê o mar ou piscina sai correndo direto pra água, fora as birras, choros, não pega na mão pra caminhar e se joga no chão.

As crianças com autismo tem dificuldade de co-regular suas emoções, de perceber o adulto como um guia, um mentor. Geralmente, seus sistemas sensoriais são desorganizados o que fazem eles terem uma necessidade ainda maior de um "intérprete" para entender o mundo que se apresenta de forma tão confusa. Por isso, aparecem tantos problemas de comportamento, tantas respostas que não entendemos num primeiro olhar. A criança sente-se assustada ou confusa com algo e ao invés de buscar suas relações (pai e mãe) para aliviar esta confusão ela tenta fugir, brigar ou controlar as situações, o que só aumenta a sua angeustia e confusão.

Nós temos dois sistemas de regulação no cérebro, a auto-regulação e co-regulação.
A auto-regulação são os mecanismos sensoriais que ativamos numa tentativa de manter nosso cérebro (e corpo) equilibrados. Um exemplo fácil é que quando sentados e concentrados por muto tempo, geralmente precisamos dar uma volta, esticar o corpo para ser possível seguir com o neivel de concentração necessário. As nossas crianças também buscam esses mecanismos de auto-regulação, só que de uma maneira mais intensa e desorganizada o que acaba afastando-as das relações pessoais de proteção.

Então, o fato do seu filho correr em shopping, supermercados e vocês atrás, pode ser um indicador que ele se sente sobrecarregado com os estímulos nesses locais (luz, excesso de coisas, barulho, gente, cheiros, amplitude porém num espaço fechado); esses estímulos desrregulam seu sistema sensorial e o cérebro ativa mecanismos para buscar a auto-regulação, no caso (e em muitos casos) o movimento é uma ação que regula o cérebro, então, ele corre.

Em questão ao mar e piscinas, a água pode ser muito calmante para nossas crianças (para outras pode ser aterrorizante). Tudo indica que seu filho tem uma memória sensorial positiva em relação à água e sente-se atraeido por ela, numa ação de instinto, corre em direção a ela.

Dar as mãos ao caminhar ativa a co-regulação através do toque, porém, para crianças que correm, esse toque pode não ser agradável pois temos q segurar firmemente e de forma tensa, o que acaba atrapalhando ainda mais o desenvolvimento da co-regulação.

O que fazer:
Trabalhe a construção da co-regulação emocional. Em casa, através de brincadeiras, crie esta ligação de segurança e apoio com seu filho.
Abaixo está uma palestra sobre brincar com a criança autista e é focada nessa criação da co-regulação:


Na página Amais Autismo você encontra os links citados na palestra.

Seu filho, por essa necessidade de movimento, deve ser constantemente corrigido, fragilizando ainda mais seu sistema emocional. O ideal é que você se antecipe a essas corridas e bloqueie positivamente a ação de acontecer. Por exemplo, quando entrar em supermercados, como ele ainda tem três anos, você pode fazer essa transição carregando-o no colo, cante uma música suave, com o tom de voz amoroso e suave, faça algumas cósegas, isso facilitará a transição para o sistema dele e o impacto sensorial não será tão grande.

Ele pode ser um grande candidato ao uso do Connector Rx

Nas brincadeiras e interações com seu filho, limite a linguagem, muitas palavras e explicações verbais podem confundi-lo ainda mais. Use mais o toque e linguagem não-verbal para se comunicar com ele, associado as palavras verbais relevantes para a compreensão da comunicação.

Para tomar um lanche com ele na rua, use as mesmas estratégias que você usa em casa para que ele se sente à mesa. Novamente, o sistema dele deve ficar sobrecarregado com tanto estímulo. Cante, use toque e mantenha a sua calma.

Para mais idéias leia também:
AT EASE Model
Quebrando Barreiras
Para entender melhor as birras:
O ABC do ABA
Para entender melhor sobre comunicação:
Matriz do desenvolvimento da comunicação
Comunicação dinâmica social
Brincadeiras para desenvolver a comunicação

Espero que ajude! beijos, Marie




Monday, February 11, 2013

ABA - plano para mudança de comportamento socio-emocional

ESTE É UM EXEMPLO PESSOAL E NÃO UMA FÓRMULA A SER SEGUIDA

Abaixo o plano que foi utilizado para a mudança de comportamento do Luís que era baseado em questões sócio-emocionais. Para os comportamentos com base na dificuldade de comunicação, estratégias com esse foco foram utilizadas. Aqui, a escolha depende da motivação do comportamento e não do comportamento em si.

Ser bom!
Aprecie Luís quando ele estiver sendo agradável. Isso significa que, diga "Você é um bom menino!", quando Luís NÃO estiver mordendo, batendo, chutando, puxando, empurrando ou qualquer tipo de agressão.
Se a agressão é contra alguém, incluindo você, seja firme, diga NÃO chute ou o que for a agressão, não se esqueça de fazer contato visual para fazer Luis sentir-se mal sobre sua ação.
Se a agressão é contra brinquedos, apenas lembrá-lo com um tom de voz firme: "Lembre-se, não se chuta os brinquedos. Você precisa ser bom com os brinquedos!".

  
Adesivo do bom menino
Para este programa, foi trabalhada uma etapa anterior:
Coloque um adesivo na camiseta do Luís e diga que ele é um menino legal, por isso está recebendo o adesivo de menino legal e porque ele tem este adesivo ele pode acessar uma caixa de prêmios, que são brinquedinhos simples que precisam do outro para funcionar (assim é mais fácil de retirá-lo e retorná-los à caixa) como brinquedos de corda, piões. De 3 em 3 minutos faça a checagem de adesivo, se o Luís estiver com seu adesivo ele ganha um novo acesso à caixa de recompensas. Caso ele agrida alguém, perde o adesivo e o direito a acessar a caixa, até q se passem 3 minutos sem agredir a ninguém.
O intervalo para checar o adesivo de bom menino do Luís foi aumentado gradativamente, a cada 5 minutos, a cada 10 minutos, a cada 20 minutos. Neste ponto, já havia-se criado no Luís a "cultura pelo adesivo", ou seja, só o fato de ter o adesivo e isso significar que ele era um bom menino já bastava como prêmio para o Luís.

Cloque um adesivo na camiseta do Luís. A cada 20 minutos faça a "checagem de adesivo".
Se o Luís não mostrou nenhum comportamento agressivo, aprecie-o dizendo "Você é um menino legal, você está com seu adesivo de menino bom".
No momento que o Luís demonstrar qualquer agressão contra pessoas (contra brinquedos ainda é permitido por agora) TIRE SEU ADESIVO e diga "Não é legal morder/chutar, você perdeu seu adesivo por isso"

Ficar calmo!
OBJETIVO: Situações que promovem escalada emocional Luís: espera; quebrar sua rotina ou padrão (flexibilidade)

AÇÃO: Interferir na rotina do Luís, mas antes que haja a perda de controle, aprecie-o por ter se mantido calmo. No começo você precisa ser MUITO rápido.

Algumas idéias: Com o Sr. Cabeça de Batata, olhos diferentes, chapéu, sapatos. Você pode esconder os seus favoritos e quando ele escolher um outro você pode dizer: "Oba! Você tentou um chapéu diferente E você ficou calmo!" então você pode dar a sua peça favorita como prêmio.




Complacência
Peça ao Luís para fazer algo e aprecie quando ele fizer. "Você fez o que eu pedi, isso foi tão legal!"

Me dê ....
Sente .....
Coloque o ..... no .....
Levante .....
Bata palmas .......

Revezar a vez
Jogos - Escolha jogos que precise de algum material que possa ser compartilhado como dados, martelinhos, etc.

Esperar
Para descer no escorregador, derrubar blocos, jogar a bola, pular nas almofadas, etc
Comece com a espera de 1 segundo, aprecie essa espera, mesmo que breve, depois vá aumentando o tempo, se a criança sabe números, conte os segundos com ela para ajudá-la, no começo, a contar o tempo. Com o entendimento dos segundos, você pode usar timer para ter um apoio visual do tempo passando.



Circuíto de brincadeiras
O objetivo é desenvolver novas habilidades e interesses em brincadeiras e trabalhar nas transições. Intercale brincadeiras preferidas com novas brincadeiras.

Ajuste o timer. Ele precisa ficar 10 minutos pelo menos nas atividades novas e não mais que 15 minutos nas atividades preferidas.

Para as transições, mostre o timer: "nós precisamos brincar mais .... minutos com .... " (atividade não preferida); "Você tem mais 5 minutos com .... (atividade preferida) então nós vamos fazer outra coisa"

Atividades preferidas (do Luís)                                         Novas atividades (para o Luís)
Sr Cabeça de Batatas                    Colorir com giz de cera (não deixar q ele os use para estereotipia) 
Brinquedos de comida                                                              Massinha (não deixar q ele os use para estereotipia)
PEGS                                                                                        Carrinhos
Elefun                                                                                       Fazendinha
Quebra-cabeças                                                                        Casinha de bonecas
Pig bank                                                                                    Projetos de arte
Chapéis/ Mascaras
Instrumentos musicais

Apontar

Apontar é uma comunicação não verbal importante.
Organize um brinquedo para trabalhar em apontar como os pegs, pig bank, quebra-cabeças e dê ao Luís duas escolhas, ele precisa escolher apontando, se ele disser a cor, peça-lhe para mostrar (apontando apontando qual é a cor).
Se ele diz "verde", diga-lhe: "Mostre-me qual é o verde"
    


 Acesse também:
 Comportamento socio-emocional e autismo
 ABA na brincadeira 
AT EASE Model

Friday, February 1, 2013

Comportamento socio-emocional e autismo

Apesar de cada indivíduo ser único, existem alguns fatores comuns que impactam muitas pessoas com autismo. A comunicação limitada ou falta de comunicação é um fator importante que afeta o comportamento desses indivíduos. Pessoas não-verbais ou verbais mas com dificuldade de organizar sua linguagem, podem apresentar comportamentos inadequados para indicar as suas necessidades ou desejos.

Outro fator importante afetando o comportamento dos indivíduos com autismo podem envolver os sentidos da visão, tato, audição, paladar, olfato, assim como os estímulos proprioceptivo e vestibular. Muitos dos indivíduos coma autismo apresentam problemas de integração sensorial.

Características sociais e emocionais incluem questões de ansiedade, baixa tolerância à frustração, medos excessivos, ataques de pânico e interação social limitada. Ansiedade, medos e ataques de pânico podem fazer com que a pessoa se retire isolando-se dos demais e mesmo que corra para longe das pessoas saindo em disparada. Baixa tolerância à frustração pode resultar em extrema raiva que acaba levando a pessoa a uma escalada de agressão física ou verbal. Todas estas características podem limitar a interacção social. Medos anormais, ansiedade e pânico podem inibir o indivíduo de interagir com os outros. Agressão física e / ou verbal fará com que os outros limitem suas interações com as pessoas que apresentam tais comportamentos.


Dificuldades de manter a atenção, impulsividade, distração, hiperatividade torna difícil de se concentrar em tarefas o que resulta em situações problemáticas. Pessoas impulsivas freqüentemente agem sem levar em conta as consequências. Obsessões e compulsões são problemáticas não somente para o indivíduo compulsivo, mas para os outros no ambiente também. Não é comum haver razões lógicas para as obsessões e compulsões.

As características do autismo também afetam as fameilias de muitas maneiras. Algumas famílias são capazes de lidar com certos desafios melhores do que outros. O indivíduo com autismo pode não apresentar muitos problemas de comportamento, ou a família pode ter mais recursos para lidar com essas situações. No entanto, é comum que as famílias com pessoas com autismo experiênciem mais estresse e frustração em suas vidas diárias que a maioria das famílias.

Em alguns casos, irmãos ou outros familiares sentem ciúmes ou constrangimento
associados ao membro da família com autismo.

Ficar diariamente com crianças com autismo pode exigir muito fisicamente. Os pais podem desenvolver uma falta de confiança em suas habilidades parentais porque os métodos e técnicas que leram e ouviram não funcionam com seu filho. Os pais também podem acabar isolados da família e amigos porque o comportamento da criança faz com que os outros evitem a interação com a família.

Na escola, até mesmo os professores bem qualificados podem dsentir estresse e frustração quando os métodos típicos não funcionam com um aluno específico. Programas para alunos com autismo podem ser fisica e emocionalmente desgastantes. Quando os métodos não funcionam ou param de funcionar, o professor pode ficar inseguro. Geralmente, o colegas de trabalho não entendem as situações com o qual estão lidando.

Para o sucesso ideal, pais e professores devem receber apoio extra para lidar com os problemas específicos de indivíduos com autismo.
 


Bibliografia: A Treasure Chest of Behavioral Strategies for Individuals with Autism by Beth Fouse e Maria Wheeler.

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