Thursday, October 27, 2011

Tônus muscular


O sistema neurológico determina o nosso nível de tônus ​​muscular. Tônus muscular permite-nos manter nosso corpo em posição e nos dá a capacidade de movimento. Tônus muscular é o estado dinâmico da musculatura do corpo, em preparação para o movimento. Ele reflete as reações do sistema nervoso central a estímulos sensoriais. É um estado de prontidão, que é o resultado de um ciclo normal sensório-motor-sensorial de impulsos. Por exemplo, se você tentar endireitar o braço de alguém, os músculos rapidamente se contrairão, em resposta, mas depois relaxarão após o estímulo terminado (Gagnon, 2003).

Tônus muscular fornece uma estrutura física normal com seus diversos graus de estabilidade e mobilidade. Isso permite que uma criança se sente em uma cadeira enquanto ouve as instruções, sem medo de cair da cadeira. A criança pode alcançar facilmente qualquer coisa sobre uma mesa ou no chão e sentar-se ereto novamente. A criança fica estável, que lhe permite facilmente mover contra a gravidade.

Problemas que envolvem não ter um adequado tônus muscular:

Uma criança com hipertonia, reage com exagero aos estímulos que a pessoa com tônus muscular normal lida sem problemas. o músculo irá reagir a um ritmo mais rápido e vai recuperar a um ritmo mais lento, o que cria uma falta de prontidão para o movimento dinâmico. Crianças com tônus ​​muscular elevado são freqüentemente descritas como rígidas ou espásticas em seus movimentos (Gagnon, 2003). Pode ser difícil para elas manter a cabeça erguida contra a gravidade ou alcançar algo sem cair.

Aqui é onde a criança começa a desenvolver compensações, o que torna os músculos do pescoço ainda mais rígidos, o que acaba por agravar a inflexibilidade do músculo e dificultar ainda mais o movimento.

Uma criança com, hipotonia, os músculos são lentos para iniciar uma contração e não conseguem contrair totalmente. Muitas vezes, essas crianças também têm dificuldade em manter a contração durante o mesmo tempo que alguém com o tônus ​​muscular normal conseguiria. Tônus muscular baixo faz com que os músculos sejam desajeitados (Gagnon, 2003). Você pode observarque a criança deita a cabeça e o corpo sobre a mesa, porque é difícil mantê-los de pé contra a gravidade. Crianças com baixo tônus ​​muscular tem dificuldade em iniciar o movimento a uma velocidade normal e manter esse movimento. Ela podem ser lenta para responder a estímulos sensoriais, ter dificuldade em manter uma resposta e pode precisar de suporte físico do ambiente, como por exemplo, uma cadeira com braços e a altura em que os pés podem estar firmimente apoiados no chão.

Nosso corpo se mover melhor quando há estabilidade, com o corpo centrado e equilíbrado na linha média.

Sunday, October 23, 2011

Sistema Vestibular e Equilíbrio


O sistema vestibular nos permite manter o tônus ​​muscular, coordenar ambos lados do corpo, manter a cabeça ereta contra a gravidade, coordenar a cabeça, movimentos dos olhos e do corpo e manter o equilíbrio. Este sistema recebe informações através do ouvido interno, sobre equilíbrio, gravidade, movimento, e mudanças de posição no espaço. Ela está intimamente relacionado ao sistema auditivo, que também tem receptores sensoriais no ouvido interno (King, 2002c).

Muitas crianças no espectro autista têm dificuldade em processar as informações do sistema vestibular e podem ser mais reativas aos estímulos percebidos pelo sistema vestibular (Hoekman, 2005). A criança que é mais reativa pode sentir-se enjoada com o movimento do carro ou em um balanço e com isso tentar evitar o movimento excessivo. Em contraste, uma criança que é sub reativa aos estímulos do sistema vestibular estará em constante movimento, girando ou chacoalhando os braços, mãos ou coisas. A criança pode ter falta de equilíbrio e frequentemente esbarrar em coisas ou pessoas. Ambas crianças com dificuldade do processamento no sistema vestibular, terão problemas com interações, bem como com a atenção compartilhada.

Muitos terapeutas têm observado aumento na produção da fala após a estimulação vestibular por causa da relação estreita entre o sistema auditivo e o sistema vestibular (Ayers, 1979;. Yack et al, 2002). Por esta razão, estimular o sistema vestibular pode ser uma boa estratégia quando se quer promover a produção da fala em uma criança.
Porque o aparelho vestibular fornece as informações de equilíbrio, gravidade e movimento, apenas com relação à cabeça, não pode realizar ajustes posturais por conta própria. Sensores no pescoço e talvez em outros músculos posturais são extremamente importantes na sinalização de alterações de equilibrio para o sistema nervoso central na relação entre a cabeça e o corpo. Estes dois sistemas funcionam em conjunto com os olhos para formar um sistema de controle notável que nos mantém em posição ereta em uma ampla variedade de posturas estáveis ​​e instáveis.

O papel do abdomem na postura é crucial, baixo tônus muscular na região do abdomem afetará o bom funcionamento do sistema vestibular, não permitindo que a pessoa "livre energia" para focar a atenção em outros aspectos, sociais por exemplo, e esteja num constante monitoramento do corpo para poder manter o equilíbrio ou uma posição.

Monday, October 17, 2011

Tato


O sistema tátil refere-se aos receptores na pele que enviam estímulos para o sistema nervoso central. A estimulação dos receptores registra o toque leve, o de pressão, assim como frio, calor e dor (King, 2002a). O sistema tátil é o primeiro sistema sensorial a desenvolver e é necessário para o desenvolvimento e sobrevivência (Yack et al., 2002).

Crianças no espectro autista exibem, frequentemente, uma sensibilidade excessiva ao toque (Field, 2001). Esta sensibilidade é o sintoma mais comum de um sistema tátil ainda imaturo , e é referido como hipersensibilidade tátil. Alguns exemplos são o bebê ou criança que chora ao ser pego no colo, os que evitam ou se perturbam quando lavam, escovam os cabelos, aversão à escovar os dentes. Problemas de alimentação e de fala também pode resultar da sensibilidade e em torno da boca.

Devido à sensibilidade excessiva ao toque, a criança está constantemente em alerta, o que torna difícil para ela interpretar qualquer outro estímulo que venha do ambiente, mesmo que processado por outro sistema sensorial. Ou seja, a criança tem dificuldade em prestar atenção a qualquer outra coisa até que ela saiba o que toca ou possa tocá-lo (Hoekman, 2005). Isto leva a defensiva tactil, o que faz com que a criança reaja negativamente ou emocionalmente ao toque de outra pessoa (Ayres, 1979). A criança pode chorar, esfreguar a área tocada, ou reagir agressivamente. Uma pressão firme e até mesmo toque prolongado pode ajudar a reduzir hiper-reação ou reação exagerada ao toque.

As crianças também podem ser sub-reativas ao toque, referido como hiposensibilidade tátil, o que provoca uma intensa necessidade de tocar em tudo ou uma falta de vontade de tocar em qualquer coisa que não for familiar (Hoekman, 2005). Eles podem precisar de estímulos mais intensos, a fim de registrar o toque. Estas crianças não recebem informações sobre onde eles estão sendo tocados, o que inibe a consciência corporal e interfere com o planejamento motor. Hipossensibilidade ao toque também pode impedir movimentos orais durante a alimentação e a
produção da fala (Yack et al., 2002).

As crianças também podem variar entre hipersensibilidade e hiposensibilidade conforme a área do corpo. A criança pode ter reações exarcebadas ao toque no corpo mas buscar mais estímulos tácteis na região da boca; ou o contrário, ser hiposensível no corpo e extremamente sensível na região da boca.

Além disso, ao longo do dia, o sistema tátil pode mudar devido a diferentes experiências sensoriais que a criança precisou processar naquele dia.É importante compreender este processo ao interagir com uma criança que se teve uma reação dramáticaao que parece não haver uma razão desconhecida.

Saturday, October 15, 2011

Audição


"O ouvido é um órgão sensorial muito mais complexo do que os outros órgãos sensoriais" (Moller, 2006, p.1). nosso sistema auditivo inclui nossos ouvidos e sua complexa via auditiva central, terminando no córtex dos lobos temporais do cérebro. As principais partes deste sistema são o ouvido externo, médio e interno e o sistema nervoso central (Yost, 2002). O sistema auditivo recebe, codifica, transmite e decodifica sinais sonoros que nos permitem processar instruções e informações (Lawrence, 1971). É aqui que o som é analisado, principalmente para a freqüência de filtragem (Yost, 2002). Como parte deste processo, a informação desnecessária é descartada (Lawrence, 1971).

Crianças no espectro autista podem ouvir todos os sons no mesmo nível e ficarem sobrecarregadas e confusas por todas as informações auditivas, o que torna difícil para elas atender e acompanhar o que alguém está dizendo a eles. Ou seja, elas são incapazes ou tem grande dificuldade em filtrar informações inúteis e prestar atenção ao que é mais importante em uma determinada situação, como no que está sendo falado versus ruidos do ambiente (Hoekman, 2005). Elas podem ser hipersensíveis a certos sons, fazendo com tampem os ouvidos ou façam ruídos para bloquear o som. Quando isso acontece, elas estão, obviamente, impedidas de prestar atenção a qualquer estímulo auditivo. Algumas crianças podem até parecer estarem concentrandas em algo à distância, ou "desligadas" com o objetivo de ajudar o cérebro a processar ou bloquear os estímulos recebidos.

Algumas crianças são hiposensíveis aos estímulos auditivos, fazendo com que não respondam aos estímulos que os outros normalmente responderiam. Estas crianças podem não reagir ao que lhes é falado até que a pessoa que fala com elas repita a mensagem três, cinco ou mais vezes. Nestes casos, gestos e linguagem dos sinais, assim como figuras podem ser adicionados na comunicação para facilitar o entendimento a fim de obter uma resposta. Por exemplo, o adulto pode apontar para a cadeira ou produzir o sinal para "sentar" acompanhando o comando verbal, assim facilitando o entendimento da criança.

É importante estar atento a velocidade que esperamos que a crianca responda, muitas das crianças tem um tempo de processamento da informação mais lento, isso quer dizer, que entre receber o estímulo auditório, codificar, trasmitir, dar o significado, enviar a resposta para os músculos, estes se moverem em direção da ação, pode levar um tempo maior do que estamos acostumados. Por isso, é importante não bombardear a criança com a repetição do comando, e respeitar o tempo de resposta necessário para que ela se organize e tome uma ação.

É importante entender que a mesma criança pode apresentar esses dois tipos de comportamentos para informações auditivas diferentes no mesmo dia ou ser capaz de receber uma certa quantidade de informações auditivas sem dificuldade num dia, mas não no próximo. Isso é muitas vezes confuso para pais, professores e outros profissionais. A diferença de comportamento é causado pela quantidade de informações sensoriais que a criança teve ao longo do dia, isto é, estímulos sensoriais tem efeito cumulativo.

Comportamentos sensoriais


Os seres humanos precisam de grandes quantidades de estimulação sensorial, a fim de organizar estímulos simples em informações complexas ou percepções. A maior parte destes estímulos vem do sistema vestibular, proprioceptivo e tátil, e numa medida menor, do sistema auditório. Não é de estranhar, portanto, que muitos dos comportamentos exibidos por crianças no espectro autista, como girar, balançar o corpo, mover-se em busca de ritmo e pular estão relacionados a esses sistemas, que são as principais fontes de entrada. Isso, porque, estes comportamentos são a tentativa da criança para se sentir mais organizada e calma (King, 1991).