Sunday, July 29, 2012

Relacionamento Intersubjetivo

É o laboratório primário para o desenvolvimento do processo mental complexo.
Inter = acontece entre pessoas
Subjetividade = sua avaliação única, pensamentos, percepções, sentimentos, memórias e sonhos.

Elementos do relacionamento intersubjetivo:

Administração da atenção;
Administração da distância física entre os pais e a criança;
Ritmo e resposta ao ritmo;
Qualidade da iniciação / convite
Aceitação da iniciação / convite
Resposta a carência de iniciação
Resposta a uma iniciativa de sucesso
Resposta a perda de coordenação uma vez estabelecida
Coordenação de tom emocional (feliz, triste, etc)
Coordenação de intensidade emocional (muito eufórico, pouco eufórico)
Fluência na interação

Quando o relacionamento intersubjetivo se quebra: os bebês de desenvolvimento típico quando falham tentam de novo repetidamente com o objetivo de masterizar o desafio. No autismo, constante falhas levam ao medo e desengajamento. Somente se a falha levar a persistência o bebê irá aprender a manter-se engajado até que uma solução adaptativa for alcançada.

                          Regular-se e co-regulação


Estabelecer a Co-regulação:
O adulto estabelece a co-regulação quando  estiver conectado numa atividade com a criança e quando nao estiver colocando limites irá fazer o re-convite.
O adulto não irá reagir à comunicação de controle. Não responderá a nenhum comportamento de controle. Não responderá ao seu controle pois a resposta leva a um conflito que deve ser evitado. (É bem difícil, mas funciona principalmente com crianças controladoras com muita fala, que utilizam a fala justamente para controlar).

As ações do adulto não irão controlar a próxima ação da criança (as minhas ações não irão mostrar a criança exatamente como agir). Modele, mas não espere a cópia exata.
As ações do adulto não irão dizer a criança exatamente como ela deve agir. Não devem existir scripts para cada minuto da interação.
Nós iremos focar na interação das nossas ações.
Nós iremos ver que parte das nossas ações são em resposta a ação do outro e que parte não é.
Nós iremos ver como, naturalmente, nossas ações montam padrões e regularidade.
Nós iremos reconhecer que estes padrões e regularidades são nossas criações conjuntas.

O ciclo de regulação ensina a criança a perceber que há predicabilidade através dos padrões de repetição aliados a pequenas mas constantes variações do padrão.
O ciclo contém um notável começo e fim.
Contém flutuações regulares ou apenas diferenças notáveis.


        Regulação - des-regulação - regulação

Estabeleça inicialmente movimento regulatório com apenas pequenas variações. Por exemplo, se você for estabelecer o movimento de passar a bola um para o outro você pode passar uma vez com a mão direita, outra com a mão esquerda, uma vez por cima, outra vez por baixo, pingando no chão, ou direto. A pessoa autista não é "obrigada" a imitar a maneira como você passou a bola, o objetivo é ensiná-la que mesmo com variações o resultado pode ser o mesmo.

Introduza des-regulação cognitiva ou barreiras ao parceiro. O objetivo é que uma vez engajada, a criança persista na relação e use o pensamento dinâmico para encontrar soluções alternativas. Por exemplo, você pode trocar a bola por outro objeto, você pode retirar o objeto bola ou qualquer outro e só fazer os movimentos com uma bola imaginária.

Volte ao movimento inicial quando o desafio for superado para dar segurança a criança.

Foque no que você quer que a criança aprenda e não ao que você quer que a criança faça.

As variações não vão interromper o padrão e devem ser incluídas desde o comeco, para não correr o risco de transformar a relação em um movimento estático ao invés de dinâmico.

Um desafio cognitivo (que é fazer a criança pensar para resolver o desafio) irá interromper o padrão estabelecido e não irá ser adicionado até que você e a criança estejam coordenadas.
Repetindo: A variação deve estar presente desde o início dos exercícios, MAS o desfio só deve ser introduzido quando você e a criança já estiverem coordenados (e isso pode levar dias).

“ Temos que usar a experiência naquilo que ela garante, mas também libertar-nos dela, naquilo que ela prende." Álvaro Siza

Estabelecer rotinas é saudável, ser dependente delas é insâno. Pessoas com autismo são acima de tudo pessoas, a rotina é boa porque traz previsibilidade, mas não deve ser o centro da vida de ninguém, o sabor da vida está nas incertezas do que virá, não podemos eliminar esse prazer da vida das pessoas com autismo. O sentimento de segurança e conforto deve vir dar relações que temos com as pessoas e não de rituais e rotinas imutáveis.

                          Maximize as experiências de vida da criança.

Esteja disponível para a experiência de aprendizado da criança. (Aqui eles pedem para revermos nossa rotina, às vezes é tão corrida entre uma terapia e outra que a criança não tem tempo de aprender com a própria vida, aqui em casa eu sempre corria para que os meninos estivessem prontos às 8:30 para a primeira terapia do dia, e no final, acabava esquecendo que para o desenvolvimento deles é importante que eles pratiquem solucionar os problemas do dia a dia, agora nossa rotina mudou, eles "ajudam" a preparar o café da manhã, depois escolhem a roupa que vão vestir e eu não corrijo, apesar da combinação esdrúxula ou uma meia do avesso, tiram o pijama, vestem a roupa, escovam os dentes, essa parte eu dou uma ajudinha para ter certeza, lavam o rosto, secam e deixam tudo no lugar, eu espero o tempo deles, redireciono a atenção quando perdem o foco, espero e trabalho a resistência, geralmente estamos prontos só às 9h, mas com uma lição cumprida).

Leia também: Quebrando Barreiras

Thursday, July 26, 2012

Comunicação Dinâmica Social

A comunicação exige reações subjetivas, não se pode esperar por perfeição, por seguir scripts, temos que ser capazes de suportar quando acontece uma perda na conexão e ter a capacidade de re-conectar.

A comunicação instrumental é baseada na busca de algo, um objeto, recusa dele, uma informação. Ela é limitada num objetivo concreto. Uma mensagem sai do ponto A (emissor) vai para o ponto B (receptor), então o ponto B (agora emissor) retorna para o ponto A (agora no papel de receptor), esse seria o ciclo da comunicação instrumental.

A comunicação dinâmica é um produto do que nós estamos pensando e sentindo em relação ao que nosso(s) parceiro(s)  pensam e sentem construindo "pontes" temporárias.

Comunicação é :
A reflexão de pensamentos e sentimentos;
Um compartilhamento de mentes e pensamentos;
Broadband, acontece em múltiplos canais (verbal, não verbal - expressões faciais, barulhos,
entonação, gestos e posição corporal)
Dinâmica
Regulatória
Frágil, acontecem quebras que precisam de reparo.

A comunicação dinâmica requer um entendimento e processamento de vários canais de
comunicação ao mesmo tempo para deocodificar uma única mensagem.


Existem 7 estágios no desenvolvimento típico da comunicação


Corpos em ação
- é quando movemos nossos corpos coordenados com outra pessoa, como no caminhar lado a lado, posicionar nossos corpos de maneira que mantenham a comunicação fluindo

Expressão facial
- ajustamos nossa expressão facial e olhar conforme a conversa, conforme as indéias vão sendo montadas e transmitidas.

Gestos -  levantar os ombros, apontar, mexer a cabeca, etc

Tom de voz e vozes
- entonação, sons que fazemos para complementar as palavras (Ah! Oh! Mmm)

Palavras - comunicação verbal

Postura
- posição corporal, proximidade, toque

Contexto - o sentido da informação depende do contexto


O grande obstáculo em muitas pessoas com autismo não é a falta de palavras verbais mas a falta de desejo em se comunicar.


Mesmo que a pessoa com autismo tenha esse impulso de comunicação mais intacto, muitas vezes o contato e processamento das próprias emoções é difícil e elas passam grande parte do tempo esquivando-se de entrar em contato com elas ou com muita dificuldade de entendê-las e controlá-las, por essa razão a comunicação dinâmica é impactada pois ela acontece através da troca de idéias que necessariamente são de cunho emocional.

Outras dificuldades e o entendimento do ritmo, a coordenacao com a comunicacao com parceiros, uso de enfase, concertar quando ha uma quebra na comunicacao, regular os turnos na comunicacao, criar espaco para q os parceiros tambem possam se comunicar. (este ultimo e relativo aos Aspergers quando tem a fixacao por um assunto e falam sem parar).

Atraves do RDI, acredita-se que a comunicação é uma dança, enquanto A esta enviando a mensagem B já está dando respostas através da expressão facial, gestos, movimentos da cabeça, postura, etc. Não é uma relação ponto A faz, ponto B responde e sim uma ação simultanea de A e B.

Quando você explica uma coisa ao vivo para alguém você está constantemente monitorando a sua fala através das respostas não verbais que você está recebendo do seu parceiro, estas respostas fazem com que vocêc ajuste o ritmo, repita alguma palavra, explique novamente em outras palavras ou encerre o assunto (se o seu parceiro parecer profundamente entediado), você às vezes até ajusta a sua opinião dependendo desta resposta não verbal.

Isto acontece em qualquer conversa, mesmo sem ver a pessoa e só com a voz, por exemplo ao telefone, você vai monitorando a sua conversa através dos ah!, mmm, humhum que a pessoa vai emitndo no decorrer da sua fala.

                                      Comunicação Guiada


O q fazer:
Comunique o que vocês estão fazendo juntos.
Comunique numa maneira de convite para compartilhar a experiência. (esta é outra
crítica ao ABA, o RDI acredita que a comunicação no ABA é baseada em perguntas e
respostas e no RDI ela deve ser de modo descritivo para promover um momento agradável
de compartilhamento)
Fale devagar.
Use menos palavras possíveis. (o uso limitado de palavras é para ajudar a pessoa com
autismo a canalizar o foco, menos palavras, menos distração).
Tenha certeza que o pensamento vem antes da fala, de tempo para a pessoa com autismo se
manifestar.
Enfatize a qualidade do que é falado (comentários, compartilhamento de emções) ao invés
da quantidade falada (quantas palavras usa em uma frase, etc)
Construa um "sistema de comunicação" com seu filho de uma maneira que englobe vários
canais de comunicação. (abuse de expressões faciais que complementam a mensagem verbal, gestos, posicionamento corporal - você pode posicionar a pessoa de uma maneira que
ela fique mais próxima do foco que você quer a atenção, ou posicione seu corpo de maneira que
bloqueie outras distrações ou impessa que a pessoa tenha uma "rota de fuga".
Entenda e ajude a criança a entender que na comunicação existem "cortes" e por isso ao se
comunicar com alguém é necessário constante monitoramento, manutenção e reparos.

Solucionar problemas de forma criativa:


Encontre soluções para problemas usando o improviso, especule sobre possíveis soluções e imagine caminhos, faça hipóteses, improvise, planeje estratégias, seja criativo, generalize e integre.

Num mundo dinâmico, nós temos que pesar de uma maneira flexível e criativa.


Esta é uma ênfase aos Aspergers, que mesmo dotados de grande inteligência e sendo de "alto-funcionamento ", muitas vezes são encurralados em situações que é necessário ser criativo para encontrar uma alternativa, outro problema que é muito mencionado no RDI é que as pessoas com autismo não tem a noção do "bom o suficiente" por causa na inabilidade do pensamento dinâmico, pois não conseguem contextualizar a situação. Por exemplo: Você marca um jantar em casa com o chefe do seu marido com 2 semanas de antecedência, você prepara o jantar, arruma a casa toda, compra flores e deixa tudo perfeito. Em outra situação, você passou o dia inteiro na rua de um lado para o outro e seu marido liga dizendo que vai levar o chefe para jantar em casa naquela noite, você toma um banho, joga a bagunça da sala no quarto e fecha a porta, deixa o banheiro de visitas decente e pede pizza (isto seria "bom o suficiente" pelo contexto da situação).

Monday, July 23, 2012

RDI - base teórica

Este é um resumo das minhas anotações so Seminário de RDI (Relationship Development Intervention) para Pais que aconteceu em New Jersey em maio de 2008. Foram 4 dias intensos.
Eu não concordo com todas as idéias colocadas no seminário, e nem tenho a intenção de convencer ninguém, Após o seminário nós trabalhamos 1 ano com uma consultora de RDI.

Em primeiro lugar, os profissionais do RDI pedem para que você faça uma reflexão do que é o autismo do seu filho/a e o que pode ser uma condição paralela. Por exemplo, falta de atenção, hiperatividade, disfunção sensorial, problemas gastro-intestinais, tudo isso é, segundo a filosofia do RDI, paralelo ao autismo e não o autismo em si.

Depois eles pedem para você analisar quais as terapias que seu filho/a faz que não tem comprovação de necessidade e a primeira da lista e fono.
Eles explicam que há diferença entre speech delay (atraso na fala) e speech disorder (transtorno da fala).
O atraso da fala seria um atraso somente, mas o seu desenvolvimento aconteceria de forma linear, como uma pessoa de desenvolvimento tipico, só que cronologicamente mais tarde.
Transtorno da fala, seria o desenvolvimento fora de ordem da comunicação. Nem sempre, só porque a criança já fala, ela necessariamente masterizou todas as etapas da comunicação.

É feita a reflexão em todas as terapias paralelas para uma análise de como está sendo usado o tempo da criança, o seu dinheiro e o que é realmente importante ser tratado.

Muitas vezes, nossas crianças tem uma lista enorme de atividades, mas não sabemos de fato o que está sendo tratado, qual é o objetivo a médio e longo prazo, nós pais precisamos saber os objetivos concretos e para o que a criança irá usar esse aprendizado, como esse aprendizado irá dar suporte e impulsionar a criança ao desenvolvimento relacional/social.

Segundo a filosofia do RDI, o autismo está na falha em construir as relações interpessoais porque a pessoa com autismo não desenvolve o básico para reconhecer as enterlinhas das relações interpessoais.


A pesquisa teórica para o modelo RDI e baseada no limiar da vulnerabilidade neurológica que causa falha do desenvolvimento do sistema dinâmico de realinhamento (feedback), confiança, resiliança (seria a capacidade de se recuperar de uma situação inesperada), relacionamento guia - aprendiz.

Isto causaria uma perda da participação guiada e perda de oportunidades para o desenvolvimento do pensamento dinâmico. Que acarreta na falha para desenvolver a inteligencia dinâmica. O que causa conexões neurologicas "pobres".

Em outras palavras, o autismo seria a falta de capacidade de desenvolver a inteligência dinâmica que requer pensamento rápido através de multiplos canais de informção, ou seja, o indivíduo não consegue processar a visão, audição, tato, olfato, paladar, sistema vestibular, tudo ao mesmo tempo em prol de uma única mensagem.

Complicado em palavras, mas é o que nós fazemos todo o tempo, quando conversamos com alguém, nós não usamos só os ouvidos, mas percebemos os gestos, a postura, a roupa, o cheiro e tudo mais que está em volta, mas nossos neurônios são conectados de maneira que somos capazes de colocar em segundo plano as informações que não são importantes e só colocar em evidencia o que é importante para o recebimento correto da mensagem. Na pessoa com autismo não há esse filtro e por isso a mensagem entra de forma confusa.

Com base na compilação de várias pesquisas sobre o desenvolvimento normal humano, Dr Gutstein criou a teoria do RDI com o objetivo de preencher essas lacunas do desenvolvimento da pessoa com autismo.

A organizacao  Autism Society of America fez uma pesquisa sobre a qualidade de vida das pessoas com autismo e os resultados sao desanimadores. De qualquer  maneira, o estudo mostrou que o QI não está ligado a qualidade de vida, a qualidade de vida é baseada na capacidade do indivíduo de morar sozinho, conseguir e manter um emprego decente, criar relações pessoais significativas.


                                        Auto-consciência

Por que a auto-consciência é importante?


Para regular as nossas próprias ações - Mudar o passo, monitorar como você está aprendendo, graus de emoção e como você está reagindo a isto, manter o foco, ser capaz de mudar rápido o foco de atenção.

Para auto-avaliação - Conhecer as próprias limitações e habilidades, progredir em direção das metas, entender ações baseadas nos próprios conceitos, valores.

Para auto-planejamento - Criar planos, preparar-se para consequencias negativas, ensaio mental de futuras ações, visualizar as metas.

A auto-consciência baseia-se das informações da Memoria de Episódios (Episodic Memory).

Episodic Memory mistura informações sobre eventos específicos do passado: a resposta emocional e o que aconteceu naquele momento e lugar em particular.

A Epiosdic Memory é responsável por criar motivação. Está sempre ligada a emoção.

Usos da Episodic Memory:
Lembrar do resultado positivo depois de um trabalho duro.
Rever para evitar de cometer os mesmos erros no futuros.
Lembrar de que você se recuperou depois de enfrentar dificuldades ou depois de um recuo.
Desenvolver futuros objetivos.
Rever desicões passadas e seus impactos.
Relembrar experiências positivas vividas com outros.
Integrar memórias numa maneira coerente para a construção da identidade pessoal.
Recontar experiências similares para enfatizar.
Tomar decisões baseadas na intuição (sexto sentido)
Determinar quando você pode confiar em alguém.
Estimativa realistica de tempo e dificuldades.
Estimativa realistica de qualidades e limitações.

Importante: Não saber no que prestar atenção por não conseguir distinguir o que é mais importante no momento da informação, fica muito difícil "estocar" uma Episodic Memory.

                     Processo do pensamento
Há dois tipos de pensamento.
Pensamento estático - Como aplicar o conhecimento em um ambiente estático. O que você sabe.

Pensamento dinâmico - O que você pode fazer com o que você sabe, num mundo real e em constante mudança.

Livro de suporte desta teoria: Aprenticeship in thinking by Barbara Rogoffe.

Aqui eles entram com uma crítica ao ABA, pois eles acreditam que os “trials” só promovem o pensamento estático que já é uma característica inerente ao autismo, por isso você não estaria trabalhando o maior deficit da síndrome que é justamente o pensamento dinâmico,que é a capacidade de resolver problemas inesperados através dos próprios pensamentos utilizando o conhecimento já adquirido.

Mas, nós sabemos que o ABA não se resume aos trials (DTT), mas quem tem uma visão simplista do  ABA em que você pergunta e a criança dá a resposta e é só, realmente corre o risco da criança somente seguir regras e não desenvolver o pensamento dinâmico que é a capacidade de resolver problemas de ser flexível.

A teoria do RDI define o mundo real como MESSIER ( mess quer dizer deordem, confusão; o sufixo ier quer dizer mais, então seria muito confuso) e a sigla é a abreviação para:
M = múltiplo
E = ever-changing = consatnte mudanças
S = simultâneo (pois acontecem várias coisas ao mesmo tempo)
S = surpreso (porque nós não podemos prever tudo)
I = imperfeiro
E = emocional
R = relativo

Outro livro citado: Emotional Development by Alan Sroufe

Qual é o seu objetivo?
Obediência em que a pessoa só segue as regras ou meditação, cuidado e atenção.

RDI tem o objetivo de encontrar o melhor caminho para reconstruir o potencial para "participação guiada". Quanlquer que seja este caminho, pois para cada indivíduo é único.
O cérebro continua em mutação pela vida e pode recuperar-se da falha em construir ligações neurológicas que possibilitam relações flexíveis.

O que é participacao guiada?
É modelar e promover a co-participação. "Olhe como eu penso." Direcionar a atenção e não o comportamento.

Aprender a pensar, participar e colaborar. Aprender a filtrar o que é importante e o que não é importante. O Guia faz o balanço entre desafios e suporte.

                                     "Me diga e eu esquecerei;
                                      me mostre e eu lembrarei;
                                      deixe-me fazer e eu entenderei."
                                                                Provérbio Chines


Desafios:
Estruture a atenção compartilhada. (Não é para seguir a liderança da criança, é exatamente o oposto, force a atenção da criança. - "É isto que nós vamos fazer." Deixe a meta clara.

Neste ponto eles criticam o Floortime e o SonRise porque seguem a liderança da criança. Para a teoria do RDI nós deveríamos basear o tratamento no desenvolvimento normal de qualquer pessoa e isto quer dizer que a criança primeiro é aprendiz, segue a liderançaa dos pais para depois "tomar as rédias". Eu não conheçoo muito o SonRise, mas pelo que eu sei os pais seguem a liderançaa da criança como porta de entrada e em algum ponto devem virar esse procedimento e passam a ser os líderes.
O Floortime eu conheço menos ainda e só sei de uma criançaa de 8 anos que mora no Chile que foi tratada puramente com o método do Floortime e posso dizer que nessa determinada criança falta limites, mas pode ser um caso específico e não "problema" do método Floortime em si.

Adicionar variação continua na participação guiada, assim você evita que se torne um sistema estático. Não dê a resposta, guie o pensamento nessa direção.

Seja seletivo nas suas respostas - Somente reaja para as intenções deliberadas de comunicação da crianca, não reaja a qualquer barulho ou som que a criançaa emite, isto só contribui para a confusão.

Construa desafios apropriados - O Guia é quem determina as metas

Progressivamente vá passando a responsabilidade ao aprendiz.

Somente foque no que é essencial para o aprendizado, não se preocupe com as habilidades instrumentais. Você pode ensinar essas habilidades instrumentais em outro momento. Por exemplo, se você quer rolar bola com seu filho usando os principios do RDI e a criançaa não tem coordenação motora suficiente para rolar a bola, você terá que ensinar a rolar a bola primeiro, com uma técnica mais instrumental, para depois fazer o exercicio do RDI com a bola.

Suporte:
Simplifique ou elimine as partes que não são essenciais.
Remova distrações (ponto comum para todas as técnicas)
Trabalhe uma coisa por vez (comum com o ABA)
Reduza a velocidade para criar momentos de reflexão.

Sunday, July 22, 2012

Grupo de apoio a familiares - Julho 2012



Este encontro, mais que especial com a comemoração do aniversário da nossa querida anfitriã Tatiana Kusenhuk

Tuesday, July 3, 2012

ABA - círculo de relacionamentos

Os objetivos deste programa são determinar os diferentes papéis de cada um na vida da criança, aumentar a percepção de que existem diferentes tipos de comportamento com diferentes grupos de pessoas, segurança quanto a pessoas estranhas.

Para começar este programa a criança já deve saber responder "eu não sei", já deve seguir instruções e reconhecer emoções básicas, feliz, triste, nervoso, etc

Você pode fazer círculos de papel em que cada círculo representa uma categoria de grupo de pessoas. Eu usei circulos de diferentes cores.

Fase 1 . Identificar expressivamente as pessoas em fotos. Mostre uma foto e pergunte para a criança "quem é?' e a criança deve dizer o nome da pessoa, se for a foto de uma pessoa estranha, a criança deve dizer "eu não sei" ou "é um estranho".

Fase 2. Descreva cada círculo de relacionamento e peça para a criança colocar a foto da pessoa no círculo que ela pertence, primeiro a criança deve fazer isso só colocando a foto, depois ela deve dizer o que representa essa pessoa na vida dela.


Os círculos são:

1. Círculo menor - a própria criança. Aqui nós exigimos que o Luís disesse "eu" ao invés de "Luís"

2. Círculo em que coubesse o anterior e mais as outras fotos das pessoas da família . familia - mãe, pai, irmãos, avós, tios. Como nós temos família em casa e família que só vvíamos 1 vez a cada 2 anos, eu criei dois círculos que representavam a família, o da família que mora em casa, e o da família que morava no Brasil. Eu faria dois círculos familiares de qualquer forma, o da família próxima e da família extendida, porque o papel de cada é diferente na vida da criança.

3. Amigos, coleguinhas de classe, outras crianças que são filhos dos amigos dos pais. Na época o Luís tinha dificuldade em como diferenciar o comportamento com adulto ou com outra criança, por isso eu achei importante fazer essa diferenciação.

4. Profissionais, pessoas que ajudam a criança. Professores, terapeutas, eu incluiria babá e empregada neste circulo se eu tivesse tido alguma na época, médicos.

5. Pessoas que você não conhece muito bem, crianças de outra classe, carteiro, lixeiro, mãe do amigo. Eu não coloquei este círculo para o Luís, juntei esse pessoal e coloquei em pessoas estranhas.

6. Pessoas estranhas. Eu usei fotos de pessoas em revistas, catálagos, embalagens.

Fase 3. Definir o papel de cada círculo de relacionamento, com seus atributos e descrições. Peça para a criança descrever o que ela faz com cada círculo de relacionamento.

1. Ela mesma.

2. Família. São as pessoas que te amam sempre e que moram com você. A família nunca vai embora, às vezes as pessoas vão para um lugar, mas as pessoas da família sempre voltam. Eu preferi não me preocupar com mortes no momento. No caso do Luís, nos descrevemos que a família do Brasil ama muito ele e sente saudades e sempre fica feliz quando ele vai visitar e que eles sempre vão estar esperando pela visista do Luís.

3. Amigos. Você brinca com seus amigos, canta músicas, joga jogos, dança, corre, divide os brinquedos e toma lanche junto. Os amigos são crianças como o Luís. Eles estão na classe da escola e no DayCare. Na época o Luis chamava o DayCare de "see friends" (encontrar os amigos). Se a crianca fizer outras atividades, você deverá incluir também, como natação, grupo escoteiro, etc.

4. Profissionais, pessoas que te ajudam. São pessoas que você deve respeitar (não pode gritar, desafiar, jogar coisas, você deve ouvir e seguir as instruções) porque são pessoas que te ajudam a crescer e tem um monte de coisas para te ensinar. São pessoas que você sempre pode procurar se você precisar de ajuda.

5. Pessoas que você não conhece muito bem. Alguém que você já brincou no parque e pessoas que você vê seus pais conversando mas você não conhece eles. Eu achei essa categoria confusa para uma crianca de 3 anos, então eu exclui.

6. Pessoas estranhas. São pessoas que você nunca viu ou pessoas que você já viu antes mas que você não sabe o nome, você não sabe nada sobre eles, pessoas que você não deve conversar, entrar no carro com eles, nem ir a nenhum lugar.

Nós quebramos esta fase mais um pouquinho, não com a família porque o Lú não precisou, mas a partir dos amigos, então nós perguntamos quem são seus amigos, aonde você vê seus amigos, o que você faz com seus amigos?

Você pode incluir qualquerq atributo que seja de necessidade individual da criança e enfatizar qualquer coisa que promova a quebra das fobias. Por exemplo: você pode enfatizar que as pessoas da família vem e voltam, o pai vai para o trabalho e a irmã vai para a faculdade, mas eles sempre vão voltar para casa. Eu não coloco um horário específico de volta, do tipo, eles sempre vão estar em casa para o jantar, porque isso nem sempre acontece e eu não quero "transferir fobias".

Para crianças que perguntam tudo sobre todos, quanto as pessoas estranhas, elas vem e vão e nós não temos nada com isso, você responde uma vez qualquer coisa do tipo o menino foi para casa, o homem foi trabalhar e está tudo bem, NÃO siga a ladainha, só aumenta a ansiedade. Mantenha a calma e serenidade na sua voz e reafirme que esta tudo bem, com um sorriso no rosto!

O Lú tinha muita fobia quando eu saia de casa e ele ficava, quando eu deixava o Pedro na escola, quando ele via o Pedro dentro da classe e nós tinhamos que esperar até a aula acabar, era um caos, com o programa de "social interactions" mais este aqui, ele conseguiu entender esses movimentos da vida, e hoje quando eu deixo o Pedro na escola e não é dia que o Lú fica também, ele diz "see you soon, Pedro" (ate logo, Pedro).

Nós fizemos um círculo por vez nesta fase, para não inundá-lo de informação, depois misturamos os círculos.

Fase 4 . Regras de interação. Peça para a criança identificar cada comportamento que seria apropriado para os diferentes níveis de intimidade nos círculos de reacionamento.

Quem você abraça?
Quem você pode convidar para vir a sua casa?Com quem você vai ao cinema?
Quem você beija?
Quem você procura se vc se perder?
Para quem você pede ajuda?
Com quem você anda de maos dadas?
Para quem você diz "oi"?
Quem você deixa entrar na sua casa?
Quem você procura se você se machuca?
No carro de quem você pode entrar?

Você seleciona as perguntas e acrescenta outras que facam sentido na realidade da criança. Você pode fazer as perguntas esperando respostas sim ou não, do tipo: Você abraça uma pessoa estranha? Você abraça um amigo?

Faça o exercício como uma conversa, não um questionário.


Fase 5. Desenvolvimento dos relacionamentos. Converse sobre os grupos que podem migrar de um para outro.


Grupos que podem se transformar:

Pessoas estranhas, um dia vc pode conhece-las

Amigos

Grupos q nunca mudam:

A propria crianca, sempre vai ser ela mesma

A familia, sempre vai estar e amar a crianca.

Profissionais.