Sunday, June 19, 2011

Connector - Pedro 19 anos



Na primeira parte do vídeo, o Pedro caminha em direção ao Shopping em frente aos seus pais, assim ele tem a segurança que seus pais olham por ele o o mantém seguro, o lugar é movimentado, com muitos estímulos sensoriais, não todos os estímulos o Pedro pode processar e entendê-los por isso mantém as mãos levantadas, como em posição de constante defesa, e mexe com os dedos e a cabeça.

Na saída, ligado à mãe através do Connector, eles caminham lado a lado, as passadas estão coordenadas, o que pode demonstrar que a conexão no subconciente entre mãe e filho não é perdida, mesmo com todos os estímulos sensoriais externos, por estarem fisicamente ligados.

Essa conexão subconciente e a posição lado a lado, estímula o contato visual, hora iniciado pela mãe e retribuido pelo filho, e hora iniciado pelo filho.

Existe a possibilidade do toque quando necessário, porque o Pedro caminha fisicamente próximo à mãe, e o toque é de extrema importância para processarmos estímulos mais difíceis.

A proximidade e conexão permite que eles compartilhem interesses, a mãe aponta e o Pedro segue seu apontar, usufruindo de um momento de conexão social/emocional.



Como o Connector NÃO é uma ferramenta de contenção, foi projetado para que a conexão se quebre, para assim, ser possível praticar a reconexão.

Saber reconectar é mais importante até que estar conectado, porque as relações humanas são recheadas dessas quebras. estamos constantemente desconectados e reconectando uns dos outros, mais tempo do que passamos de fato conectados.

Ter a iniciativa de reconectar é crucial, e o Connector dá as ferramentas tangíveis para essa reconexão subconciente.


Uso do Connector em casa:

"Ontem caiu uma tempestade de bom tamanho por aqui, e o Pedro tem pavor delas, lembra? É verdade que foram poucos trovões, mas o vento e a chuva foram muito fortes, e batiam na porta da cozinha, que é de metal, o barulho era grande. Bem, Pedro ficou com todos os sinais de pavor, mãos geladas e suadas, e coração a mil. Aí eu coloquei o conector e me sentei com ele no sofá, vendo um programa na televisão ( não lembro qual....) e conversando com ele. Quando a chuva diminuiu um pouco fomos preparar o jantar, sempre com o conector. Olha, funcionou! Pelo menos dessa vez funcionou, ele ficou menos apavorado e por um tempo menor."


trecho retirado de uma mensagem da Haydée para o Eric Hamblen - inventor do Connector

Friday, June 10, 2011

Educar a emoção I


Muito pensamos em ensinar habilidades práticas aos nossos filhos, ou conceitos lógicos, mas será que estamos sabendo focar no que rege todos os comportamentos e aprendizados?

A emoção é fundamental na memória e no aprendizado. É através, primeiramente da emoção que o nosso cérebro dá sentido ao que percebemos. O nosso sistema sensorial capta os estímulos do meio, externos ou internos ao nosso corpo, a emoção provocada por estes estímulos é que vai definir se estas informações vão para o campo do raciocínio lógico ou se disparamos sistemas de defesa primários.

A informação que não é vivênciada é apenas dados, a experiência que sempre está aliada à emoção é o verdadeiro conhecimento.

Podemos falar, falar e falar; mas sem a vivência da situação pouco o cérebro humano absorve, os conceitos que ficam para sempre em nossas vidas, são aqueles passados através da nossa emoção. Esses sim tem um valor às nossas vidas, que são capazes de adaptar ou mudar comportamentos.

Aprender sobre o mundo que nos cerca, como as coisas funcionam, qual a lógica, as regras, é sem dúvida importante. MAS, conhecer o universo que há dentro de nós, entender as nossas próprias emoções, aprender a equilibrá-las, é sem dúvida a maior lição que temos que aprender na vida, e isso não é diferente para nossos filhos com autismo.

Nem todas as emoções são prazeirosas, mas todas as emoções são válidas e devem ser vividas e aprendidas. Equilibrá-las é a chave para uma vida com qualidade, evitá-las nos levará ao caos, cedo ou tarde.

Cada lágrima, cada angústia é um solo fértil para a construção da nossa personalidade, do nosso sistema emocional, e o caminho para atingir o equilíbrio.

Sentir-se bem também é importante, rir de prazer, rir de bobeira, mas a felicidade que vem da competência e do sentimento de independência é o que nos faz verdadeiramente felizes.

Friday, June 3, 2011

Connector - Gabriel 15 anos

Vídeo - clique aqui

Nos primeiros 35 segundos do vídeo o Gabriel estava caminhando no parque sendo seguido e protegido por seus pais.
Na maioria dos momentos, o Gabriel toma a dianteira na caminhada e faz com que seus acompanhantes coordenem a velocidade das passadas com as dele, dessa maneira o Gabriel fica no comando de uma situação nova, uma experiência que ele ainda não tem maturidade para processar todas as sensações sozinho. Ele vivência as sensações sensoriais que misturam-se com suas emoções completamente só, pois a distância física e a preocupação com sua segurança não permite que os adultos envolvidos participem desse processo emocional do Gabriel, dando-lhe suporte e ajudando-o a processar essas sensações através da coordenação e equilíbrio dessas emoções e sensações.
A postura corporal, mantém o Gabriel com os olhos para baixo, olhando o chão quase que por todo o tempo. Isso pode acontecer, pela necessidade que o Gabriel tem de usar a visão para compensar a imaturidade do seu sistema vestibular que é responsável por mandar as informações ao cérebro de onde o corpo está no espaço.

No seguimento seguinte, já conectado ao terapeuta, a postura corporal do Gabriel fica mais ereta, a cabeça fica levantada, as passadas coordenam com o movimento das passadas do seu acompanhante. O Gabriel acompanha a atenção do terapeuta e recolhe um graveto do chão, em seguida voltam a caminhar.
Através de um sutil movimento de corpo, Gabriel indica interesse em ir até o portão, e o terapeuta, por estar conectado pelo cinto, consegue perceber essa sutil iniciação de contato do Gabriel e valida a intenção.

Por estarem ligados através do Connector que faz um elo pela cintura, ativando assim o sistema vestibular e o subconsciênte da relação, terapeuta e o Gabriel são capazes de dividir alguns interesses, ora iniciando, ora seguindo a iniciação um do outro. O Gabriel, claramente segue o apontar do terapeuta, o que na mesma situação, sem o Connector, seria quase impossível.

Na altura dos 2 minutos do vídeo é trabalhado a reconexão, este vídeo foi gravado na primeira vez que o Gabriel usou o Connector e essas são as três primeiras quebras de conexão e reconexão. Esse aprendizado é baseado em gestos, para incentivar a independência, não criando, assim, a dependência de seguir comandos, além de trabalhar a linguagem não-verbal, que incorpora a linguagem corporal, pilar fundamental para relacionamentos sociais e comunicação.

Na altura de 3:07 a conexão chega no limite, e assim acontece o barulho do velcro, o que já é uma pista suficiente para que o Gabriel volte a coordenar suas passadas com o terapeuta para evitar que a conexão se rompa.

Aos 3:22, quando o terapeuta se volta para falar com os pais, o Gabriel coordena a sua postura corporal em perfeita armonia com ele.

Para saber mais sobre o Connector visite o site: www.connector.rx
e os posts deste blog: O que é e como funciona.
Depoimento do Paiva Jr