É com imenso prazer que anuncio a participação de Patrick Torrey em nosso seminário. Ele somará seus 15 anos de experiência em dinâmicas de palestras, aos 25 anos de experiência do Eric Hamblen no trato com pessoas dentro do espectro autista. A presença de Pat Torrey acrescenta mais dinamismo ao curso e será uma oportunidade inesquecível de aprendizado!
As inscrições encerram-se no dia 8 de março, se alguém que conheçam ainda não fez a inscrição, mas tem a intenção de fazer o curso, por favor, repassem essa informação.
Este vídeo é a aplicação da Ténica usada para mudar o impulso na frustração do Luís para um cmportamento (resposta) mais apropriada.
Muitos objetivos foram traçados e alcançados com esta estratégia simples, no vídeo eu sigo um livrinho, feito por mim, à mão, para que ele também tivesse um suporte visual.
Ao contrários das técnicas usadas para modificar o comportamento por dificuldade de comunicação, esta técnica baseada na motivação socio-emocional não deve ser aplicada no momento da crise da criança, porque em crise emocional a criança não será capaz de aprender e modificar sua emoção, esta técnica é para ser "estudada" com a criança várias vezes ao dia, quando ela estiver calma.
A sequencia de estudo é:
Conversar com a criança sobre o que acontece que faz com que ela tenha uma reação emocional exagerada. " mamãe vai sair e você vai ficar em casa".
Entção descrever o comportamento que a criança geralmente tem nessa situação: "o Luís grita e pula". Modele o comportamento da criança. Dê sua resposta em relação a este comportamento da criança: "Isso não é legal". Análise racional ( o porquê ) de não reagir dessa maneira:
" Por que eu não grito e pulo? Porque eu perco algo divertido e isso faz com que a mamãe, o papai e o Pedro fiquem tristes"
Resuma: cheque por entendimento: " o que faz com que a mamãe, o papai e o Pedro fiquem treistes?" ou " como a mamãe, o papai e o Pedro se sentem quando o Luís grita e pula?". Dê outras opções para o comportamento: O que fazer
"Você pode contar até 10 ou brincar com o Woody" Pratique as opções dadas.
Existe algum programa para a criança responder mais rapidamente a
perguntas? A minha filha somente reponde rápido quando o assunto a interessa, senão
muitas vezes só responde as perguntas de outras pessoas quando EU chamo a
sua atenção ou então não responde. As pessoas e outras crianças acabam
desistindo de falar com ela. Já tentei explicar que assim como ela quer
respostas rápidas das pessoas as mesmas esperam o mesmo dela e que mesmo
ela achando idiota certas perguntas que fazem (repetitivas) ela tem de
responder. O que tenho feito às vezes: Faço uma pergunta sobre qualquer
coisa que está acontecendo na hora e preciso da resposta. Ela me ignora e
faz uma pergunta do seu interesse. Eu ignoro também e mostro a ela como é
chato alguém perguntar e não ter resposta...e ainda completo que só
respondo a pergunta dela se antes ela responder a minha....daí ela
responde. Ela faz muuuuuitas, mas muitíssimas perguntas....algumas nem
sei responder.... Procuro trabalhar em cima de
"comentários", evito perguntações.....mas às vezes são inevitáveis,
ainda mais quando partem de outras pessoas.
Puxe mais para o lado da emoção.
Primeiro é importante entender que o
assunto que ela gosta ou tem interesse a resposta está na ponta da língua
mesmo e essas virão sempre mais rápido.
Quanto às perguntas óbvias dos
outros, é legal mostrar (sem explicar) que às vezes fazemos "perguntas" que
na verdade só são para nos sentirmos ligados à outra pessoa. Mas isso
não dá para explicar, vira um enrrosco que parece resolver hoje e amanhã
aparece outro pepino na mesma base da lacuna no desenvolvimento dela.
Conversem entre vocês, o exemplo é sempre o melhor caminho, ainda mais para sua filha que tem bom entendimento.
"Oi querido, que bom que você chegou em casa!
Olá querida, gosto quando você fala comigo!Fez calor hoje, né?!
Sim, também senti muito calor, obrigada por perguntar isso para mim.
Ah querida, gosto tanto quando você responde ao meu comentário."
Eu acho que é por aí .... assim simples, e quando a sua filha responder às
perguntas (mesmo que sejam as do interesse dela) elogie dizendo que você
gostou que ela respondeu a pergunta, com uma emoção bem positiva,
sorriso, um amasso nela. Assim vai criar a cultura de querer responder
às perguntas.
Quando você fizer uma pergunta ou comentário (mesmo bobo) que ela te ignore,
congele o momento até a resposta vir, sem bringa, sem ficar brava, sem
emoção nesse congelamento, você segura as mãos dela no seu rosto, assim
ela vai virar a atenção para você, mesmo que ela desvie o olhar para escapar
do momento, siga ali, se você sentir que ela nem prestou atenção na pergunta
ou comentário, repita 1 só vez nesse congelamento, e espere, espere,
espere, seja mais persistente que ela, que alguma coisa vai vir (eu já
cheguei a congelar um momento com o Luís por 30 minutos, rsrs), então só
faça essas perguntas quando você tiver o tempo de ficar ali, congelada com
ela. Planeje perguntas bobas (mas não extremamente bobas, as bobas
comuns que ela ignora) para trabalhar esse congelamento com ela. É
possível que ela chore, mude de assunto, vire um metralahdora de outras
perguntas, fique ali, emoção neutra com uma expressão de suporte a ela
(um leve sorriso só para ela ter certeza que você não está brava), espere o
turbilhão de emoções passar, repita sua perguntinha inicial e espere NãO
EXPLIQUE QUE ELA Só SAIRÁ DESSE CONGELAMENTO QUANDO RESPONDER, ela irá
descobrir pela experiência e essa é a diferença entre aprender pela
emoção e obedecer a uma lógica. VÁ PELA EMOÇAO!
Vou parar com a explicação
então....mas noto que ela fica atenta ao que eu explico e às vezes quando
consegue determinadas coisas fica orgulhosa de si mesma. Ontem uma senhora perguntou a ela se
tinha medo de ventania e ela olhou e não respondeu. Daí ela me olhou e
perguntou-me algo do seu interesse e eu apenas apontei para a
senhora....tipo....ela te fez uma pergunta. Bom....demorou um tempão mas
ela acabou repondendo, mas antes disso deu muita risada da minha cara,
achou super engraçada a minha atitude....mas depois se flagrou que eu
não reponderia as suas perguntas antes dela responder a senhora.
Ela se beneficia muito do sentimento de
competência, esse sentimento é valiosos por demais, principalmente para
ela que é tão corrigida na escola, ela precisa sentir que é boa pessoa.
Mesmo
que as explicações faladas (lógicas) ajudem num primeiro momento, ligar o
"semancol" é mais importante, e isso só acontece através da experiência
emocional.
O riso é para mascarar para ela
mesma o sentimento de incômodo, sentir esse incômodo é básico para as
habilidades sociais! Amei!!!
Pois é...em várias situações ela ri da
cara das pessoas....e se elas ficam bravas daí ela se esborracha de
tanto rir e continua a provocação. Quando acontece comigo, o que é raro
porque ela me conhece e sabe bem direitinho até onde pode ir, eu não dou
muita importância e sigo o que estou fazendo e continuo conversando com
ela normalmente. Eu não sabia que o riso nessas horas era tão
importante. Fique feliz porque justamente nas situações embaraçosas ela ri e
muitas vezes fica notório o nervosismo. Muitas, mas em muitas situações
também, ela "envareta".
É importante que esse riso dê espaço ao real sentimento de incômodo, só assim ela terá uma atitude mais sociável e irá amadurecer social e emocionalmente.
O connectorRX chegou em casa, mas ao tentar colocá-lo no meu filho (ele tem 4 anos e 10 meses) pela primeira vez, o resultado não foi muito bom... Ele ficou bastante nervoso e quis removê-lo a todo custo, não importando as explicações e argumentos que eu e minha esposa tentamos utilizar... Então eu coloquei o connector na minha filha de 2 anos e ela adorou... Até chorou quando eu retirei o cinto dela... Mas a minha filha não é autista... Meu filho é.
Teria alguma idéia ou sugestão para que meu filho possa se acostumar com o connectorRX?
A conexão física e emocional feita entre você e seus filhos quando você usa o Connector assustou o seu filho. Ele se sente menos no controle e, portanto, sente medo. Sua
filha, tem um sistema emocional mais sofisticado do que seu filho,
goza da conexão física e emocional que o Connector fornece. Ela se sente mais conectada e, portanto, mais segura. O Connector é projetado para criar / recriar os sentimentos de segurança em seu filho quando ao seu lado. Você
não será capaz de explicar ao seu filho por que ele deveria usá-lo, neste
momento, isto é, a linguagem não faz ele se sentir mais seguro, no
entanto, experiências positivas com o Connector podem. Ele precisa de você para ajudá-lo a entender que o uso do Connector com você lhe dá poder. Na
sua situação eu faria algumas coisas para ajudar o seu filho se sentir
mais confortável e ampliar sua zona de conforto para crescer
emocionalmente com o uso do Connector. Eu nunca faço uma criança usar o Connector, eu só organizo a vida de uma maneira que a criança escolhe usá-lo. Experiências
positivas na maior parte, mas se uma criança está sendo beligerante,
então vou exigir que eles se sentem e fiquem em um local até que eles
escolhem se divertir comigo no Connector. Eu não fico bravo e eu tenho certeza que mantenho um sorriso gentil no meu rosto e o tom da minha voz não passa frustração. Costumo
dizer coisas como: "Você não tem que usar o Connector. A
escolha é sua. Ao colocar o Connector nós podemos brincar no iPad,
computador, nadar como sua irmã", etc Além disso, tente as sugestões abaixo:#
1 Use o Connector em casa com você e sua filha, sua esposa e
sua filha, e mesmo você e sua esposa conectados juntos. Tenha certeza que seu filho observa de que todos vocês estão gostando. Além de lhe dizer que é divertido, se divertir na frente dele. #
2 Envolva-se em uma atividade muito divertida (uma das favoritas do seu filho). Diga que só quem está usando o Connector com você pode participar nesta actividade. Tente não convencê-lo. Deixe-o escolher usar o Connector. Certifique-se de divertir-se extra com sua irmã conectada a você fazendo a atividade favorita do seu filho. Não deixe que seu filho se distraia fazendo sua segunda atividade favorita. Com bondade e persistência seu
filho vai optar por usar o Connector. Pode levar tempo, mas se você é persistente, ele vai usá-lo. Certifique-se de que o adulto é a única pessoa que pode decidir quando se retira o Connector. Quando escolher usar o Connector pela primeira vez faça esta uma experiência curta. Depois de 30 segundos-1 minuto tire-o e interrompa a atividade divertida. Desta forma, se ele quiser mais da atividade de diversão ele pode optar por usar o Connector. Aos
4 anos e meio o Connector deve ser um dispositivo muito divertido para ele
... ele deve ter um desejo semelhante de usá-lo como sua irmã. O fato de que ele não gosta, diz-me que é exatamente o que ele precisa. Divirta-se, seja paciente e persistente! Conte-me como foi! Eric
Depois de um pouco de insistência e alguma conversa o meu filho
não apenas se acostumou a utilizar o Connector... Ela agora AMA usá-lo.
Ontem e ante-ontem ele não queria tirar o cinto nem na escola. Só
permite tirar para tomar banho e dormir. Diariamente eu e minha esposa
utilizamos para caminhar na rua, ir ao shopping, etc... Notamos que o
Marco está mais obediente, menos impulsivo e sempre que usa o Connector
ele não oferece mais resistência para segurar na nossa mão. Creio que o
Marco se adaptou muito bem ao equipamento. Vai ser uma ferramenta muito
útil para o desenvolvimento do meu filho.
Descrição feita pelo pai em uma comunidade sobre autismo no FaceBook:
"Esse equipamento cria um elo físico com seu filho e isso também reflete
muito positivamente no comportamento da criança. O Marco sempre gostou
muito de passear na rua... Muito MESMO. Mas de uns tempos pra cá ele
estava até se machucando, pois toda a hora ele dava "sprints", saindo
correndo e em consequência disso caia e se ralava todo, batia a boca no
chão, etc... Fora a questão de segurança para atravessar as ruas. Pois
bem... Fiquei sabendo do Connector através da minha esposa. Analisei que
seria útil e valia a pena tentar. Comprei. Chegou rápido. A princípio o
Marco nem queria colocar o cinto por nada... Escrevi pro pessoal do
Connector (Maria Dorión e Eric) - Me explicaram para insistir e tentar
encaixar o uso do Connector a algo que o Marco gostasse bastante de
fazer. Minha estratégia foi linkar o uso do Connector ao uso do
videogame, que o Marco efetivamente não joga, mas adora assistir eu
jogando... E assim fiz. Falava pro Marco: "Vamos jogar videogame?!? Mas
tem que usar o Connector, tem que usar o cintinho!" - Quando ele não
queria colocar eu desligava imediatamente o videogame e dizia pra ele:
"Marco, sem o cintinho, sem videogame." - Depois de umas três tentativas
assim ele aceitou colocar o Connector pela primeira vez. Daí logo
depois comecei a passear com ele na rua. Na primeira volta do "circuito"
que o Marco gosta de fazer, ele ficava incomodado com o cinto, mas eu o
distraía e íamos em frente... Ele tb dava seus "sprints", mas eu ia
falando... "Devagar... Não estamos com pressa..." - A partir da segunda
volta ele já começou a pegar mais forte na minha mão e os "sprints"
foram diminuindo. A partir daí, foi tudo muito natural. Não que ele não
corra atualmente, mas ele está ficando cada vez mais acostumado a
acompanhar o nosso ritmo. (meu e da minha esposa quando usamos o
equipamento) e isso é muito bom. Hoje ele até fica na escola com o cinto
(só o cinto dele, sem a conexão com o cinto do adulto) e adora usá-lo!
Só tira pra tomar banho e dormir! Espero que esse depoimento seja útil
para alguém aqui da comunidade. O Connector oferece muita tranquilidade e
segurança. (E não, não estou ganhando nada pra falar bem desse
equipamento) - Só um pai que já perdeu o filho (por alguns minutos, mas
terríveis) 2 vezes no Shopping aqui da cidade - Sabe do que estou
falando."
Ela tem 4 anos, e quer ficar só sem roupa em casa! E não tem jeito! Só
de calcinha! Mesmo explicando enfim, nada feito! Já tentamos várias
coisas e nada! Porém para sair usa a roupa, mas em alguns momentos fica
pedindo para tirar!
Eu acho q o caminho é fazê-la vestir-se de novo tantas quantas vezes ela
tirar a roupa. O quanto mais ela tiver que participar motoramente no
vestir-se, melhor. Se ela tira a blusa e joga longe, os adultos devem
guiá-la desde ir buscar a blusa, voltar para o lado certo se tiver do
avesso, e fazer todo o movimento para recolocá-la. Sempre, e essa parte é
muito importante, sempre com uma expressão neutra mais para um positivo
como quem diz: "estamos fazendo o que tem que ser feito". Não coloquem fala
nessa interação, quanto menos troca tiver, melhor. Nem bronca, porque ficar
bravo com eles muitas vezes reforça o comportamento pela reação
previsível, mesmo que esta reação seja negativa.
Quando ela pedir
para tirar a roupa na rua, digam um não firme porém com um sorriso, se
quiserem, expliquem uma só vez que na rua andamos vestidos, e quando ela
insistir no assunto, só respondam o "não" sorrindo.
Gostaria da opinião dela sobre o que fazer caso ela chore porque
não quer colocar a roupa, pois quando tento faze-la vestir-se ela se
joga no chão, chora... enfim, dá "piti" mesmo... Será melhor ignorar ou
forçar ela a vestir-se?
Não é uma questão de ignorar o "piti" mas de tolerar que ela se descontrole emocionalmente e vocês mantendo o próprio controle emocional mostrará a ela que a razão pela qual ela perdeu o controle não é assustadora e vendo que vocês seguem calmos e com o objetivo ainda na cituação ela poderá tolerar o próprio sentimento de desconforto e assim entender que, mais do que vestir-se, ela deve seguir a liderança dos adultos de sua confiança, que começam por pai e mãe.
Em termos práticos, quando ela se jodar no chão, chorar, dêem suporte a emoção que ela está sentindo confortando-a mantendo a sua própria calma e seguindo com o seu objetivo que ela se vista novamente, mantenha uma expressão facial suave, com um sorriso de compaixão, use poucas palavras: "temos q vestir a camiseta" num tom de voz suave, sem nenhuma conotação de bronca ou decepção. Sejam mais persistentes que ela no goal (vestir-se) e na emoção (manter-se calmos). É provável que esta mudança na reação dos adultos faça com que ela escale ainda mais na emoção descontrolada porque aqui entrará um outro fator que provavelmente a assustará: a imprevisibilidade. PORÉM, essa pode ser uma das maiores lições que ela precisa aprender para ter qualidade de vida, aprender a tolerar a imprevisibilidade da vida.
Introduzam também outras atividades mais lúdicas que estimulem a antecipação, mudanças, compartilhar emoções. No link uma explicação mais detalhada sobre o desenvolvimento emocional: AT EASE - jogos antecipatórios
Meu filho tem dificuldades no comportamento. Por exemplo ir ao
supermecado, shopping é quase impossível ele só corre e a gente atrás,
fazer um lanche nem pensar ele não senta nem um minuto, quando ele vê o
mar ou piscina sai correndo direto pra água, fora as birras, choros,
não pega na mão pra caminhar e se joga no chão.
As crianças com autismo tem dificuldade de co-regular suas emoções, de perceber o adulto como um guia, um mentor. Geralmente, seus sistemas sensoriais são desorganizados o que fazem eles terem uma necessidade ainda maior de um "intérprete" para entender o mundo que se apresenta de forma tão confusa. Por isso, aparecem tantos problemas de comportamento, tantas respostas que não entendemos num primeiro olhar. A criança sente-se assustada ou confusa com algo e ao invés de buscar suas relações (pai e mãe) para aliviar esta confusão ela tenta fugir, brigar ou controlar as situações, o que só aumenta a sua angeustia e confusão.
Nós temos dois sistemas de regulação no cérebro, a auto-regulação e co-regulação.
A auto-regulação são os mecanismos sensoriais que ativamos numa tentativa de manter nosso cérebro (e corpo) equilibrados. Um exemplo fácil é que quando sentados e concentrados por muto tempo, geralmente precisamos dar uma volta, esticar o corpo para ser possível seguir com o neivel de concentração necessário. As nossas crianças também buscam esses mecanismos de auto-regulação, só que de uma maneira mais intensa e desorganizada o que acaba afastando-as das relações pessoais de proteção.
Então, o fato do seu filho correr em shopping, supermercados e vocês atrás, pode ser um indicador que ele se sente sobrecarregado com os estímulos nesses locais (luz, excesso de coisas, barulho, gente, cheiros, amplitude porém num espaço fechado); esses estímulos desrregulam seu sistema sensorial e o cérebro ativa mecanismos para buscar a auto-regulação, no caso (e em muitos casos) o movimento é uma ação que regula o cérebro, então, ele corre.
Em questão ao mar e piscinas, a água pode ser muito calmante para nossas crianças (para outras pode ser aterrorizante). Tudo indica que seu filho tem uma memória sensorial positiva em relação à água e sente-se atraeido por ela, numa ação de instinto, corre em direção a ela.
Dar as mãos ao caminhar ativa a co-regulação através do toque, porém, para crianças que correm, esse toque pode não ser agradável pois temos q segurar firmemente e de forma tensa, o que acaba atrapalhando ainda mais o desenvolvimento da co-regulação.
O que fazer:
Trabalhe a construção da co-regulação emocional. Em casa, através de brincadeiras, crie esta ligação de segurança e apoio com seu filho.
Abaixo está uma palestra sobre brincar com a criança autista e é focada nessa criação da co-regulação:
Na página Amais Autismo você encontra os links citados na palestra.
Seu filho, por essa necessidade de movimento, deve ser constantemente corrigido, fragilizando ainda mais seu sistema emocional. O ideal é que você se antecipe a essas corridas e bloqueie positivamente a ação de acontecer. Por exemplo, quando entrar em supermercados, como ele ainda tem três anos, você pode fazer essa transição carregando-o no colo, cante uma música suave, com o tom de voz amoroso e suave, faça algumas cósegas, isso facilitará a transição para o sistema dele e o impacto sensorial não será tão grande.
Ele pode ser um grande candidato ao uso do Connector Rx
Nas brincadeiras e interações com seu filho, limite a linguagem, muitas palavras e explicações verbais podem confundi-lo ainda mais. Use mais o toque e linguagem não-verbal para se comunicar com ele, associado as palavras verbais relevantes para a compreensão da comunicação.
Para tomar um lanche com ele na rua, use as mesmas estratégias que você usa em casa para que ele se sente à mesa. Novamente, o sistema dele deve ficar sobrecarregado com tanto estímulo. Cante, use toque e mantenha a sua calma.
ESTE É UM EXEMPLO PESSOAL E NÃO UMA FÓRMULA A SER SEGUIDA
Abaixo o plano que foi utilizado para a mudança de comportamento do Luís que era baseado em questões sócio-emocionais. Para os comportamentos com base na dificuldade de comunicação, estratégias com esse foco foram utilizadas. Aqui, a escolha depende da motivação do comportamento e não do comportamento em si. Ser bom! AprecieLuísquando ele estiver sendo agradável.Isso significa que,diga "Você éum bom menino!", quando LuísNÃO estivermordendo,batendo, chutando, puxando, empurrandoou qualquer tipo deagressão. Sea agressãoécontra alguém, incluindo você, seja firme,diga NÃOchute ouo que fora agressão, não se esqueça de fazer contato visualpara fazerLuissentir-se mal sobresua ação. Sea agressãoé contrabrinquedos, apenas lembrá-locom um tomde voz firme: "Lembre-se, não se chuta osbrinquedos. Você precisaser bomcom os brinquedos!". Adesivo do bom menino Para este programa, foi trabalhada uma etapa anterior: Coloque um adesivo na camiseta do Luís e diga que ele é um menino legal, por isso está recebendo o adesivo de menino legal e porque ele tem este adesivo ele pode acessar uma caixa de prêmios, que são brinquedinhos simples que precisam do outro para funcionar (assim é mais fácil de retirá-lo e retorná-los à caixa) como brinquedos de corda, piões. De 3 em 3 minutos faça a checagem de adesivo, se o Luís estiver com seu adesivo ele ganha um novo acesso à caixa de recompensas. Caso ele agrida alguém, perde o adesivo e o direito a acessar a caixa, até q se passem 3 minutos sem agredir a ninguém. O intervalo para checar o adesivo de bom menino do Luís foi aumentado gradativamente, a cada 5 minutos, a cada 10 minutos, a cada 20 minutos. Neste ponto, já havia-se criado no Luís a "cultura pelo adesivo", ou seja, só o fato de ter o adesivo e isso significar que ele era um bom menino já bastava como prêmio para o Luís. Cloque um adesivo na camiseta do Luís. A cada 20 minutos faça a "checagem de adesivo". Se o Luís não mostrou nenhum comportamento agressivo, aprecie-o dizendo "Você é um menino legal, você está com seu adesivo de menino bom". No momento que o Luís demonstrar qualquer agressão contra pessoas (contra brinquedos ainda é permitido por agora) TIRE SEU ADESIVO e diga "Não é legal morder/chutar, você perdeu seu adesivo por isso" Ficar calmo! OBJETIVO: Situaçõesque promovemescaladaemocionalLuís: espera; quebrarsua rotinaou padrão(flexibilidade) AÇÃO: Interferirna rotinado Luís, mas antes que haja a perdade controle, aprecie-o por ter se mantido calmo. No começo vocêprecisa ser MUITO rápido.
Algumas idéias:Com o Sr.Cabeça de Batata, olhosdiferentes, chapéu, sapatos.Você pode esconderosseusfavoritose quandoele escolherum outro vocêpodedizer: "Oba! Você tentouum chapéu diferenteE você ficoucalmo!" então você pode dara sua peçafavoritacomo prêmio.
Complacência Peça ao Luís para fazer algo e aprecie quando ele fizer. "Você fez o que eu pedi, isso foi tão legal!" Me dê .... Sente ..... Coloque o ..... no ..... Levante ..... Bata palmas ....... Revezar a vez Jogos - Escolha jogos que precise de algum material que possa ser compartilhado como dados, martelinhos, etc.
Esperar Para descer no escorregador, derrubar blocos, jogar a bola, pular nas almofadas, etc Comece com a espera de 1 segundo, aprecie essa espera, mesmo que breve, depois vá aumentando o tempo, se a criança sabe números, conte os segundos com ela para ajudá-la, no começo, a contar o tempo. Com o entendimento dos segundos, você pode usar timer para ter um apoio visual do tempo passando.
Circuíto de brincadeiras O objetivo é desenvolver novas habilidades einteresses em brincadeiras e trabalhar nas transições. Intercale brincadeiras preferidas com novas brincadeiras.
Ajuste o timer. Ele precisa ficar 10 minutos pelo menos nas atividades novas e não mais que 15 minutos nas atividades preferidas.
Para as transições, mostre o timer: "nós precisamos brincar mais .... minutos com .... " (atividade não preferida); "Você tem mais 5 minutos com .... (atividade preferida) então nós vamos fazer outra coisa"
Atividades preferidas (do Luís) Novas atividades (para o Luís) Sr Cabeça de Batatas Colorir com giz de cera (não deixar q ele os use para estereotipia) Brinquedos de comida Massinha (não deixar q ele os use para estereotipia) PEGS Carrinhos Elefun Fazendinha Quebra-cabeças Casinha de bonecas Pig bank Projetos de arte Chapéis/ Mascaras Instrumentos musicais
Apontar
Apontaré umacomunicação nãoverbalimportante. Organizeum brinquedopara trabalharem apontarcomo os pegs, pig bank, quebra-cabeçase dê aoLuísduasescolhas, eleprecisa escolherapontando, se ele disser a cor, peça-lhe paramostrar (apontando apontando qualé a cor). Se ele diz "verde",diga-lhe:"Mostre-mequal é overde"
Apesar de cadaindivíduo ser único, existem alguns fatorescomuns que impactammuitas pessoascom autismo.A comunicação limitadaou falta de comunicaçãoé um fator importante que afetao comportamentodesses indivíduos.Pessoasnão-verbais ou verbais mas com dificuldade de organizar sua linguagem, podem apresentarcomportamentos inadequadospara indicaras suas necessidadesou desejos.
Outro fator importanteafetandoo comportamentodos indivíduos com autismopodem envolveros sentidos da visão, tato, audição, paladar, olfato, assim como os estímulosproprioceptivo evestibular. Muitos dos indivíduos coma autismo apresentam problemas de integração sensorial.
Características sociais e emocionaisincluem questões de ansiedade,baixa tolerância à frustração, medos excessivos,ataques de pânicoe interação sociallimitada.Ansiedade, medose ataques de pânicopodem fazer com que a pessoa se retire isolando-se dos demais e mesmo que corra para longe das pessoas saindo em disparada.Baixa tolerância à frustraçãopode resultar emextrema raiva que acaba levando a pessoa a uma escaladade agressão física ouverbal.Todas estascaracterísticas podemlimitar a interacçãosocial.Medos anormais, ansiedade e pânicopodem inibiro indivíduo deinteragir com os outros. Agressão físicae / ouverbalfará com queos outroslimitemsuas interaçõescom as pessoasque apresentamtais comportamentos.
Dificuldades de manter a atenção, impulsividade, distração,hiperatividadetorna difícil de se concentrarem tarefas o que resulta emsituaçõesproblemáticas.Pessoasimpulsivasfreqüentemente agemsem levar em contaas consequências.Obsessões e compulsõessão problemáticas não somente para o indivíduocompulsivo, mas para os outros noambiente também. Não é comum haverrazões lógicas paraas obsessõese compulsões.
Ascaracterísticas do autismotambém afetamas fameiliasde muitas maneiras.Algumas famílias são capazesde lidar comcertos desafiosmelhoresdo que outros.O indivíduo comautismopode não apresentarmuitos problemas de comportamento, ou a famíliapode termais recursospara lidar com essas situações. No entanto,é comum queas famíliascom pessoas com autismo experiênciem maisestresse e frustraçãoem suas vidas diáriasque a maioria dasfamílias.
Em alguns casos,irmãosou outros familiaressentemciúmesou constrangimentoassociados aomembro da família comautismo.
Ficar diariamentecom crianças comautismo pode exigir muito fisicamente.Os pais podemdesenvolver umafalta de confiançaem suas habilidadesparentaisporque os métodose técnicasqueleram eouviramnãofuncionam comseu filho.Os paistambém podem acabarisolados da famíliaeamigos porqueo comportamento da criançafaz com queos outros evitem ainteração com a família.
Na escola,até mesmo os professoresbem qualificadospodem dsentirestresse e frustraçãoquando os métodostípicos nãofuncionam com um alunoespecífico.Programas paraalunos com autismopodem ser fisicae emocionalmentedesgastantes.Quando os métodosnão funcionamou param de funcionar, o professor pode ficar inseguro.Geralmente, o colegas de trabalho não entendemas situaçõescom o qualestão lidando.
Para o sucessoideal,pais e professoresdevem receberapoio extrapara lidar com osproblemas específicos deindivíduos com autismo. Bibliografia: A Treasure Chest of Behavioral Strategies for Individuals with Autism by Beth Fouse e Maria Wheeler.
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