O modelo de imersão familiar foi desenvolvido para ajudar a restaurar a confiança e competência da família no dia a dia com a criança com autismo, focando em "situações da vida real".
O objetivo é orientar, baseado nas interações familiares e assim, explorar e descobrir estratégias eficazes específicas para cada estilo parental. Isto garante maior sucesso na criação e desenvolvimento da criança. Profissionais adaptam a teoria à prática do dia-a-dia de uma maneira em que os pais podem facilmente reconhecer e aplicar para mudar o futuro da sua família para melhor.
Os profissionais que trabalham dentro do modelo de imersão familiar ensinam as famílias como remediar as zonas deficitárias centrais ao diagnóstico, reforçando e nutrindo relacionamentos dentro da família. Ao invés de interferir com a vida familiar, os profissionais querem ajudar os pais a aprender a avaliar e desenvolver sistemas de compensação que levem a uma maior qualidade de vida.
No modelo de imersão familiar, os profissionais estão aliados com os pais, partilhando as suas observações e conhecimentos em todos os aspectos da vida diária. Por exemplo, o profissional pode ir às compras de supermercado com a família ou comer uma refeição juntos em um restaurante. O profissional pode oferecer orientação sobre todos os aspectos da aventura, incluindo o planejamento da saída, as transições dentro da atividade, os desafios e alegrias dessa aventura e a finalização do evento.
Muitas famílias tem dificuldades com atividades na comunidade, tais como comprar sapatos, ir ao zoológico. Muitas famílias tem dificuldade com atividades em casa, tais como vestir, fazer tarefas domésticas ou simplesmente, brincar em família. Os profissionais que trabalham no modelo de imersão familiar ensinam a obter um melhor controle sobre estes aspectos que ocorrem regularmente da vida familiar típica.
A experiência de imersão cria uma rara oportunidade de sair da rotina típica da família e se concentrar em áreas de dificuldade, enquanto que, considera compensações que ajudam e outras compensações que impedem o crescimento da criança. Então, mesmo quando as famílias retornam para sua própria rotina com as responsabilidades habituais, eles têm o foco renovado sobre as prioridades de metas de sua família e várias estratégias para atingir esses objetivos.
Depois da experiência de imersão familiar, estas famílias saem com uma melhor compreensão de como o diagnóstico de um ou mais membros da família afeta o sistema de toda a família. Por razões muito boas, quando um membro da família recebe um diagnóstico de qualquer tipo de atraso, as estratégias parentais podem ser fortemente influenciadas pela incerteza dos pais sobre a melhor forma de orientar seu filho.
Assim, a intenção de uma experiência de imersão é ajudar os pais a avaliar o padrão de desenvolvimento em que está a sua criança e determinar quais experiências vão promover a progressão. O objetivo é para ajudar os pais a rever seu estilo e estratégias parentais e descobrir a sua própria visão e habilidade para criar seus filhos.
Famílias são encorajadas a procurar uma maior qualidade de vida, sem que o diagnóstico determine todos os aspectos de suas vidas pessoal e profissional. A experiência de imersão tem o objetivo que os pais permaneçam ou se tornem a força mais influente no desenvolvimento de seus filhos. Ao longo do caminho, os pais podem redescobrir a alegria da paternidade, não apenas o fardo da responsabilidade. Os profissionais se juntam aos pais para ajudá-los a pensar em seus filhos de uma maneira nova, alimentando os seus pontos fortes e dando apoio aos desafios.
As famílias que lidam com o autismo precisam tomar muitas decisões sobre terapias de suporte, medicamentos, dietas e educação. Uma experiência de imersão não substitui os muitos serviços eficazes para crianças no espectro autista. No entanto, após a experiência de imersão, os pais podem colaborar com mais sucesso, com prestadores de serviços.
Alguns pais relataram uma diminuição nos serviços externos como o aumento de sua própria competência e confiança, reduzindo um ônus financeiro para a família.
O modelo de imersão familiar não é uma metodologia, mas sim uma nova forma de ver seus filhos, dando suporte diário ao seu desenvolvimento, criando uma maior qualidade de vida, e ferramentas para tomar decisões que melhor se adequam à sua família.
No modelo de imersão familiar os pais têm o poder de recuperar o papel principal no crescimento e desenvolvimento do seu filho e sua família. As famílias são apoiadas e orientadas na prática, situações do cotidiano. Famílias aprendem a reconhecer quais experiências estão relacionadas ao diagnóstico e quais não são. Quando pais podem fazer essa distinção crucial, eles podem começar a criar experiências que promovam a progressão do desenvolvimento nas interações cotidianas.
A metodologia é baseada no ABA e princípios do RDI.
No Brasil, dois grupos já foram formados, com a tradução e interpretação voluntária da autora deste blog.
"Bom, confesso que estou com muita informação na minha cabeça e estou tentando processá-la aos poucos de acordo com minha capacidade, mas uma coisa que me chamou a atenção é o conceito de que todo comportamento é impulsionado por uma emoção. Estou percebendo isso comigo e com as pessoas que estão em volta de mim, e agora tentando compreender as emoções do meu filho de 12 anos que tem um comportamento semelhante a uma criança de 2 a 3 anos.
Mudando a visão sobre a problemática, muda também nossas emoções e nossas expectativas e aumenta a motivação para tentar novos objetivos e acreditar que pode dar certo.
Falando com outras palavras, é como ver luz no final do túnel.
Sinto uma gratidão muito grande por você, por nos dar esta oportunidade de conhecer o Eric e através da sua tradução, acessar todo o conhecimento e experiência que ele tem sobre comportamento humano e autismo. Me motivou ver o seu profissionalismo e também ver a sua compaixão e capacidade de fazer uma leitura rápida e eficiente dos comportamentos estranhos do meu filho.
Gostaria muito de ter um Eric aqui no Brasil, perto de nós, para podermos pedir sua ajuda nos momentos de "branco", quando não conseguimos raciocinar e saber o que fazer diante das situações, mas fico feliz de ter tido esta oportunidade e achei a experiência muito satisfatória.
Uma coisa que o Eric me falou e que eu entendi sem tradução foi: Augusto is good boy! e quero acreditar nisso com toda minha fé e amor que tenho por ele.
Bom, é isso.
Beijos, Cláudia" - mãe do Augusto 13 anos.
KEEP
SMILE !!!!!! .....Sorria!...... é com esta frase que eu sempre irei me
lembrar do meu “curso de imersão” junto ao Eric e a Marie. Não porque
ele (e nem nós) tenhamos ficado sorrindo o tempo todo, mas porque ele
sinceramente transmite nos momentos de "chilique do meu filho" uma
tranquilidade que eu nunca senti. E nem sei se algum dia eu vou
conseguir sentir, mas eu estou treinando... KEEP SMILE !!!!! .....:)))))
Bom,
a princípio é algo bem "estranho" ter alguém desconhecido dentro de sua
própria casa pra te observar, e "sugerir" como você deve agir com seu
próprio filho. E claro, que isto só esta acontecendo porque você não
sabe mais "o que fazer" ou "o que não fazer" com os chiliques do seu
filho. Ou seja, você precisa de ajuda em alguma situação, pois com
certeza você já tentou um pouco de tudo e mais um pouco. E infelizmente
nada deu certo!
Para
as famílias "novatas" na vida "autismo", eu acredito que isto tenha um
gostinho meio amargo de "fracasso". Afinal, você é a mãe! Você é o pai! E
com isto, nós acreditamos "inocentemente" que ninguém melhor do que nós
mesmos para conhecer, e saber como lidar com nosso próprio filho. E se
você for uma devoradora de livros como eu, então, a situação fica ainda
mais complicada porque além de mãe, você é uma “estudiosa de plantão”.
Uma pessoa com a mente aberta, com um vasto conhecimento superficial de
cada "suposta" terapia, e “provavelmente” sem nenhum conhecimento
profundo (ou experiência) sobre estas mesmas terapias. Isto pra mim não é
ser “xereta”. Isto pra mim é ser “guerreira”. Sim, você é uma mãe
autista que tenta "sobreviver" no meio de tanta informação e
desinformação. E claro, você só esta fazendo isto para ajudar o
desenvolvimento do seu filho. Assim, deixe-me apenas fazer uma única
observação antes de expor a experiência de minha família com o Eric e a
Marie. Não é “fracasso” você procurar ajuda, e novas
opiniões/experiências de como “educar” seu filho autista. Existem
pessoas com um curriculum invejável, e que vivem diariamente com
crianças autistas, e assim possuem uma ampla visão sobre o comportamento
de nossos filhos. E felizmente, Eric Hamblen e Marie Dórion fazem parte
deste time.
Falando
da nossa experiência com o Eric e a Marie, tudo começa com um fim de
semana com mais 4 famílias de autistas participantes; e claro outras
famílias dando um suporte “voluntário e de coração” na organização do
evento. Naturalmente, que cada família tinha um problema diferente, e um
jeito diferente de “ser” e “educar” o próprio filho/filha, e fora isto
as crianças se encontravam em estágios bem diferentes. Enfim, erámos um
grupo bem diversificado. Bom, a primeira parte do curso consiste
principalmente em “tentar sentir” o que nossos filhos sentem. Ou seja, a
“ansiedade e o medo” diante de situações diferentes. Melhorar esta
compreensão é muito importante, pois isto fornece uma visão geral das
dificuldades que nossas crianças vivem no cotidiano. E compreendendo um
pouco estas situações, podemos melhorar a interação com nossas crianças,
e consequentemente ajuda-los a superar estes obstáculos. Já a segunda
parte do curso de imersão é individual para cada família. Eric e Marie
ficaram quase que o dia inteirinho conosco.
Primeiramente
fomos conhecer a escola e a equipe que trabalha com meu filho; e assim
eles puderam observar seu comportamento e sugerir algumas modificações.
Depois fomos caminhar e almoçar no shopping. E por ultimo, voltamos para
o apartamento fazer tarefa de escola....:)))) Acredito que a principal
meta do Eric era me ajudar justamente a lidar com a resistência do meu
filho para fazer “tarefa escolar”. Creio que para muitos, ouvir a
reclamação: “meu filho não quer fazer tarefa” é algo muito banal. Mas
sinceramente duvido que estas pessoas consigam imaginar a batalha
psicológica diária, que nós mães de autistas vivemos com as tarefas e
atividades escolares. Creia-me, para nós mães de autistas tudo é muito
mais difícil. E assim, eu já não sabia mais o que fazer. Minhas tardes
de “tarefas” com meu filho eram um verdadeiro “campo de batalha”. Onde
eu como mãe “não podia desistir” de ter aquelas tarefas feitas ou pelo
menos uma maioria delas. Só que meu filho também pensava da mesma forma.
Ou seja, a meta dele era justamente não terminar aquelas tarefas de
forma alguma. E assim, nós vivíamos todas as tardes a mesma batalha. Eu
tentando manter a calma e “inventando” formas diferentes para ensiná-lo.
E ele, em sua maioria do tempo resistindo e/ou gritando. Já havia
tentado os castigos como: tirar tv, computador, etc.... E já tinha
tentado reforço positivo como: mesada, passeios, DVDs entres outras
coisas. Ou seja, cada dia eu tentava “algo” para conseguir ter as
tarefas de escola feitas. E desta forma, todas estas tentativas se
tornaram parte da minha rotina diária gerando um “ciclo vicioso”. E foi
nesta fase da vida que o Eric e a Marie surgiram. Eric e Marie me
ensinaram a modificar a forma de “introduzir” as tarefas, e o Eric
passou a tarde me mostrando como vencer a resistência de meu filho
respeitando o tempo dele e “sorrindo”. Foi uma lonnnnnnnga tarde....:)))
Só sei que no final do dia, meu filho pediu pra fazer tarefa! Pra mim,
um verdadeiro milagre. E desde, então estamos modificando e melhorando o
comportamento: eu e meu filho.
Aproveito
para agradecer as pessoas que colaboraram com mais este passo de
progresso do meu pequeno: Marie e André, Eric, Soninha, Haydee, Paiva e
Celinha e as outras famílias que fizeram este fim de semana
inesquecível.
Bjs
AnaM
Para ler mais e informações pelo e-mail: autismo@live.com
A imersão familiar é efetiva e valiosa. E não se restringe só às crianças pequenas, já que nós estamos nos beneficiando bastante das observações e do apoio emocional recebido, mesmo nosso filho Pedro já estando próximo aos 21 anos. É uma experiência enriquecedora para toda a família.
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ReplyDeleteMãe May, este blog é focado em terapia comportamental baseada na minha experiência com meus filhos. Eu não apoio "verdades absolutas" sobre o autismo, por isso removi seu comentário. Mas, eu também não fecho os meus olhos para outras alternativas, então, fica aqui o link do seu blog:
ReplyDeletewwww.autismohomeopatia.blogspot.co.uk
Espero q vc compreenda :-) Marie