Audição é um importante canal de alerta do cérebro para a aprendizagem, seja para proteção ou compreensão, ao longo da nossa vida.
É através do que ouvimos que o cérebro tem a reação mais imediata de proteção, por exemplo, se estamos caminhando na calçada e ouvimos um barulho forte de batida de carros, por causa do ruído, o sistema sensorial manda uma informação de alerta ao nosso cérebro que por sua vez sente medo e desencadeia reações para sua proteção, o primeira, é virar o olhar para a direção de onde veio o barulho.
O processo de criação do medo começa com um estímulo assustador e termina com a reação de luta, fuga ou paralização.
O sistema nervoso responderá com o objetivo de proteger o corpo, se a percepção do cérebro for de perigo.
Quando em estado medo, o sistema nervoso simpático dá início a certas reações no corpo.
Ele leva os sinais do sistema nervoso central para vários órgãos, incluindo coração, rins e olhos. Dessa forma, ele pode controlar as secreções hormonais, os batimentos cardíacos, os vasos sanguíneos, os músculos, o tamanho das pupilas, digestão e respiração. Com isso, a sensação de medo torna-se algo fisiológico que sai do controle consciente da pessoa.
Uma ameaça real ou uma ameaça percebida é processada no cérebro da mesma maneira. A ameaça é real para quem a percebe como tal, e precisa ser honrada como a sua verdade. Para um observador, essa reação de medo pode parecer extrema.
Muitas das nossas crianças não conseguem sentir somente um susto, elas entram automaticamente no ciclo de medo. Voltando ao exemplo da rua, se ouvimos um barulho forte, levamos um susto, ao olharmos em direção ao ruído percebemos que não foi nada grave e que estamos seguros, o nosso organismo volta as suas funções normais.
Para muitas de nossas crianças, quando elas ouvem um barulho forte que as assusta, elas entram nessa sensação de medo que é fisiológica e o cérebro reage involuntária e automaticamente dessa forma, sendo que o comportamento será de fuga, luta ou paralização.
Somente a experiência ajudará essas crianças a controlar as reações de medo. Essa experiência consiste em ajudá-las a processar o medo em conjunto com uma pessoa de sua confiança, quando a criança entra num estado de alerta de medo, distraí-la ou ignorá-la pouco fará para que seu sistema processe a experiência de uma forma que dê suporte ao seu desenvolvimento, trazê-la para junto de si, fazê-la sentir sua presença e assim confortá-la é o que ajudará a criança a regular o susto para que não desencadeie em medo desnecessário.
No vídeo com o liquidificador, foi parte do trabalho para regular o susto do Pedro em relação a barulhos inesperados, vale lembrar que nesta época ele também não suportava festas infantis e a "hora do parabéns" era uma tremenda tortura para ele.
O objetivo aqui, com o uso do Connector é que ele sinta a minha presença, que ele veja de onde vem o barulho, que ele saiba que esse barulho cessa.
A princípio ele já sente o medo só ao ver o liquidificador,
mas sentir a presença de outra pessoa ajuda-o a estar na situação e ele
acaba percebendo a experiência do liquidificador de outra forma,não mais assustadora.
Como o Pedro ama bolo de cenoura e parte do processo de fazer o bolo de cenoura requer o uso do liquidificador, passamos a trabalhar o preparar o bolo de cenoura, passando por todas etapas do processo, seguindo a receita buscando cada ingrediente, misturando e usando o liquidificador, sempre com o uso do Connector e movendo o Pedro pelo processo.
Depois passamos a trabalhar o uso do aspirador de pó, da mesma forma, principalmente no sofá que é o local onde o próprio Pedro emporcalha com migalhas de bolacha.
No dia abaixo, já não precisamos mais do suporte do Connector porque ruídos deixaram de ser assustadores para o Pedro, graças a experiência que ele pode vivenciar com diferentes ruídos estando conectado a um adulto de confiança e assim regulando seu medo, e o simples fato de aspirar dentro dos armários tornou-se uma gostosa brincadeira com a iniciativa do Pedro.
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No final, como eram sete dias de ausência, eles marcaram com um X cada dia que passava, contar o tempo até nos rever ajudou bastante.
No final, como eram sete dias de ausência, eles marcaram com um X cada dia que passava, contar o tempo até nos rever ajudou bastante.
"Cada tempo é um, que existem múltiplas ordens de tempo, que o tempo acaba, passa .... que, em seguida, vem outro tempo ... que tem tempo novo ... que tem tempo ruim ... E que todo tempo tem fim." - Patricia Guimarães
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