Eu, autista
Criaram para mim
Um mundo paralelo
Obscuro, ilusório
Um mundo que não quero
Olham-me, poucos
Acolhem-me, menos
Entendem-me em sopros
De palavras ao vento
Olham-me, poucos
Acolhem-me, menos
Entendem-me em sopros
De palavras ao vento
O chão que piso
Também é teu
É do teu mundo esse escuro
Esse breu
Olho e percebo tudo ao redor
Deste mundo disforme
Inexato e abafador
Nem só de verbo
se comunica o ser
Não são só palavras
É o corpo a dizer
Nosso país não me cuida
Com devida atenção
Negligencia minha existência
Porém, tudo em vão
Sou alpinista
Escalando muros de preconceito
Sou o autista
Humano e possuo direitos
Um país carente de olhar
De informação
Habitamos esse mar
De diferenças e confusão
Sou tantos Pedros,
Júlias e Marias
Sou dois milhões
De aflições e alegrias
Existo e peço
Que olhem mais para mim
E meu endereço
É o mesmo mundo sim!
MAZU GONÇALVES
ARTERAPEUTA –Apae Várzea Paulista
Linda! Emocinante poesia!
ReplyDeleteMarie,
ReplyDeleteEu soube dessa campanha em um dos blogs que eu sigo. O meu não tem nada a ver com esse assunto, mas eu gostei muito dessa iniciativa e resolvi divulgar no meu também. Aliás, acho que me comovi.
Não tenho conhecimento desses casos em minha família, mas uma grande amiga, tem um sobrinho autista, ele é muito lindo.
Penso que também não devemos esperar que as coisas sobrevenham sobre nós para fazermos algo.
Vi o link do seu blog na revista do autismo e vim lhe visitar.
Gostaria de saber se posso postar essa poesia lá, no sábado dia 2 de Abril.
Volto com mais calma para ler os demais posts, mas pude perceber que o seu trabalho é muito bonito.
Abraço
Claro q sim Lucinnha, só coloque a autoria q não é minha :-). bjs e obrigada pelo apoio. Marie
ReplyDeleteEstou fazendo uma campanha amanhã no meu blog! Faz uma visitinha lá depois!
ReplyDeletebeijos